quinta-feira, 22 de março de 2012



Feliz descoberta

O número de escritores, e muito bons, nos principais mercados editoriais do mundo, é tão grande, que por mais bem informado que você seja, sempre será surpreendido com a descoberta de algum autor que você não conhecia. O chato é quando se trata de alguém com o qual a maior parte do público consumidor de livros está familiarizada, menos você. Isso acontece! No meu caso, nem mesmo é tão raro. Não se trata de desinformação, mas de falta de dim-dim para adquirir tudo o que quero, preciso e gosto. E também de de falta de tempo para ler tudo quanto é obra digna de leitura que há por aí. Enfim.

Fui surpreendido, dia desses, ao tomar conhecimento de um escritor, e que escreve do jeitinho que gosto, ou seja, com fluência e simplicidade, que vende livros como pouquíssimos e que eu, no entanto, não conhecia. Nunca, até então, sequer ouvira falar dele. Até que foi boa essa experiência, para evitar a tentação de me tornar arrogante, achando que estou bem informado sobre tudo o que ocorre no mundo editorial. Não estou. Talvez nunca chegarei a esse estágio de excelência ou mesmo próximo dele. Paciência!

Essa feliz descoberta a que me refiro é a de James Patterson. Olhando o resumo do seu extensíssimo currículo, me admiro de só agora saber da sua existência. Afinal, esse escritor já vendeu mais de 230 milhões de exemplares em mais de cem países mundo afora, inclusive no Brasil. Como se vê, não se trata daqueles autores de um livro só, que mesmo sendo excelentes, contam com público restritíssimo. Este não é assim. Sua obra é vastíssima e já chega a 82 volumes, o que aumenta ainda mais meu vexame de não havê-lo conhecido antes. Mas... antes tarde, do que nunca.

James Patterson é tido e havido como um dos maiores escritores do mundo. Não creio que haja exagero. As estatísticas estão a seu favor. Afinal, um sujeito que publica 82 livros e consegue vender mais de 230 milhões de exemplares deve ter algum mérito. Não haveria nenhuma lógica se não tivesse. Para que vocês tenham uma idéia de quão grande é a procura pelo que ele escreve, basta citar que ele é o recordista de presença na lista dos mais vendidos do jornal “The New York Times”. Vender é com ele mesmo. Conta com duas séries consagradas, uma competindo com a outra: “Alex Cross” e “Clube das Mulheres contra o Crime”. Concluo que o maior rival de James Patterson é James Patterson, ou seja, ele mesmo.

Quem me dera ter um milésimo desse prestígio e dessa fidelidade dos leitores! Mas... nunca se sabe! Um dos últimos livros lançados no Brasil da série “Clube das Mulheres Contra o Crime” é o ‘5º Cavaleiro”. O enredo desenvolve-se em um hospital de São Francisco, em que ocorrem 20 mortes suspeitas, todas com características de serem assassinatos. Ah, antes que me esqueça, devo ressaltar que a especialidade de James Patterson são histórias policiais, mais uma razão para que eu já o conhecesse há mais tempo e não apenas agora, e praticamente por acaso.

Conheci-o depois de ganhar de presente seu romance (ou, na verdade, novela) “Eu, Alex Cross”. Trata-se da mais recente peripécia desse detetive que dá nome à principal série desse autor, comparável em capacidade de atração à grande dama do conto policial, a (saudosa) inglesa Agatha Christie, embora seus estilos não se pareçam em nada. Ambos, contudo, são excelentes. Nesse novo livro, lançado pela Editora Arqueiro, o intrépido detetive investiga o sumiço de sua sobrinha e acaba descobrindo (e desbaratando) vasta rede de prostituição. Claro que não vou reproduzir o enredo, pois não costumo ser estraga-prazeres.

Todavia, a obra de James Patterson não se restringe às histórias policiais, como as duas séries podem sugerir e enganar os mal-informados (entre os quais me incluo ou, pelo menos, me incluí até fazer a feliz descoberta deste escritor, ao qual atentarei mais doravante). Pudera! Se, nos 82 livros que escreveu, explorasse sempre o mesmo filão, certamente não seria o campeão de vendas que é, mas detentor, provavelmente, de “encalhes monumentais”. Ele varia de gênero e, após pesquisa que efetuei nos últimos dias, concluí que vive surpreendendo (positivamente) o leitor, de uma obra para outra.

Além desse talento narrativo, que faz dele um dos mais fecundos, atrativos e populares escritores do nosso tempo, James Patterson demonstra outra habilidade muito importante para quem se propõe a vender seja o que for, livro ou outro objeto qualquer. É um ás nas técnicas de marketing. Foi, durante algum tempo, bem sucedido executivo do meio publicitário.

Assim que comentei minha “descoberta” desse campeão de vendas com um escritor, meu amigo, este recomendou-me a leitura de outro de seus livros, “O Diário de Suzana para Nicolas”, que assegurou ser muito bom. Tão logo tenha uma “folga” no meu apertado orçamento, mais especificamente na verba (pequena) que destino à aquisição de novidades editoriais, vou adquirir essa obra. Depois de lê-la, prometo trazer ao conhecimento de todos vocês minhas impressões a propósito (se é que elas contam, alguma coisa ou interessem a alguém).

Boa leitura.

O Editor.



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Um comentário:

  1. Quem entra no Literário, - há um número mediano de visitas-,lê, e se volta, é porque gosta, assim deduzo que a opinião do editor conta.

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