Vencer e mudar!
* Por
Clóvis Campêlo
Amigos brasileiros,
para nós agora o importante é vencer e mudar! Chega de incompetência e
fair-play! Já sabemos que vamos enfrentar a Holanda, na disputa pelo terceiro
lugar. O esquema de jogo holandês assemelha-se ao da Alemanha: força,
velocidade e competência tática. O time de Robben chega à disputa pela terceira
colocação sem perder de ninguém e com o mérito de ter goleado a favorita
Espanha no seu jogo inicial. É bem verdade que depois andou se atrapalhando com
seleções menos expressivas, mas pratica um futebol cartesiano que se assemelha
aos germânicos. É água mole que bate em pedra dura até que fure. Resta-nos
engrossar com eles e reverter com categoria a situação conceitual que nós é
adversa.
Mas, será que já
superamos o trauma da goleada para nos impor? Muito mais do que uma obrigação,
isso, para nós, deve ser uma questão de honra! O selecionado brasileiro é
formado por jogadores profissionais amadurecidos e bem sucedidos em suas
carreiras individuais. Não teriam o direito de cometer outra falseta. Podemos
até perder novamente, mas imbuídos de um espírito de luta que não foi utilizado
contra a Alemanha. Afinal, ainda somos a Pátria de chuteiras e temos a tradição
de um pentacampeonato disputado e ganho com méritos dentro de campo!
A seleção argentina
chega à final da Copa 2014 com uma equipe relativamente modesta. Em nenhum
momento da competição chegou a empolgar. Mas, teve o mérito de saber superar os
obstáculos e alcançar o objetivo maior. Para eles, a possibilidade de serem
tricampeões mundiais no Brasil, dentro do Maracanã, o templo do futebol, é
fantástica. Não sei se conseguirão esse feito, pois considero que a Alemanha é
muito mais equipe. Mas, decisão é decisão e em termos de superação os
argentinos sempre surpreendem.
Sinceramente, amigos,
para mim, a Copa do Mundo 2014 perdeu muito da sua graça com a eliminação do
Brasil. Talvez por conta desse espírito desanimado é que tenha achado
chatíssimo o jogo de anteontem, entre argentinos e holandeses. Um jogo
truncado, com um respeito mútuo excessivo e que terminou sendo decidido na
loteria dos pênaltis.
Preocupa-me agora a
seleção brasileira. Desperdiçada a possibilidade do hexacampeonato e com uma
média de idade alta entre os jogadores participantes da Copa 2014, precisaremos
iniciar já um trabalho de renovação. Acredito que essa geração merece ser
aposentada, ao menos em termos de seleção brasileira, do mesmo modo que Felipão
e Parreira. Todos eles já deram a sua contribuição ao futebol brasileiro. Que
troquem as chuteiras da glória pelas sandálias da humildade e da aposentadoria.
Que uma nova geração de
valores surja e nos reabilite a credibilidade diante do mundo. Ninguém de bom
senso poderá negar a qualidade dos nossos jogadores. Ninguém de bom senso,
também, poderá negar que essa geração, com pouquíssimas exceções, foi superada
pela dinâmica do futebol moderno.
* Poeta,
jornalista e radialista, blogs:
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