Rotação
* Por
Flora Figueiredo
Roda mundo,
roda vida,
roda vento.
Passa tudo,
passa tanto,
passa tempo.
Rodopiam as
cores
na eterna
reticência
do momento.
Entre uma
volta
e outra
do destino,
continuo
apenas
um menino
a soprar meu
gira-sonho
como um
catavento.
In “O Trem
Que Traz a Noite”, 2000
* Poetisa, cronista,
compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”,
“Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima,
ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade
com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica,
às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e
simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo
nas águas da vida.
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