quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O espocar dos fogos

* Por Roberto Corrêa

           
A alegria na passagem do ano, manifestada de diversas formas e tradicionalmente pelo estouro dos fogos de artifício, já hodiernizados com fantasias espetaculares, belas e surpreendentes, em reflexão tranquila e calma no dia seguinte podem nos levar a tecer diversas considerações. Das mais interessantes é pensar que no mais íntimo do nosso ser o espocar dos fogos deixa-nos transparecer a alegria e desejo de felicidade. Serve inclusive aos mais obstinados e descrentes como sinalização da fé, essa imaterial virtude que não só não pode ser dispensada em nossas vidas como se apresenta como medida absolutament1e necessária e tranquilizadora.

O espocar dos fogos que anuncia a proximidade da ventura, que almejamos e sonhamos deve continuar através dos dias e dos meses e para tanto, com a manutenção do espírito cristão, não podemos nos descuidar da perseverança nas boas maneiras e nos bons pensamentos.
Os bons pensamentos devem ser cultivados diuturnamente, pois deles partem as boas ações que nos conduzem a posturas corretas e cristãs. Por exemplo, em conversações íntimas é comum criticarmos os ausentes, o que pode ser inconveniente, pois num sentido genérico, essas ponderações, podem impedir o adequado amor a essas pessoas.

Percebo, pelas informações midiáticas, que o combate principalmente à violência e aos maus comportamentos que nela descambam, continua com a mesma “delicadeza” e tolerância, de maneira que anos e anos serão necessários para eventualmente surtir algum efeito.

Em outros textos já esclareci que a religião cristã que nos acompanha desde a criação do país, não tem sido observada de forma correta, num crescente negativismo nas últimas décadas. A tendência, como também já foi dito alhures, é declarar-se cristão, mas omitir ao máximo essa particularidade.

Quando pessoa famosa ou querida se encontra acidentada ou enferma os midiáticos torcem (não se trata de nenhum jogo), mas se sentem envergonhados em rezarem ou orarem para o pronto restabelecimento da mesma. Assim, enquanto a vivência do Cristianismo não for plena, as graças ou benesses que nos deveriam ser enviadas, também são cautelosamente resguardadas.
Quem sabe – um dia –, a Misericórdia do seu Criador, por ser infinita, resolva demonstrar mais um ato de carinho e amor para com sua ínfima criatura reenviando-as.



* Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas. Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles "Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e Curiosidades, O Homem Só.

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