Sobre cristologia
* Por José Calvino
Entendendo cristologia como a reflexão que, partindo da realidade de Jesus Cristo e de fé, nos remete para a nossa realidade, digo que a cristologia da sublime abstração, que é ver o Cristo Sublime, como também Espiritual, não se compromete com os pobres e se torna muito alienante, pois Jesus Cristo tomou partido pelos pobres; como também a conferência Latino-Americana em Puebla.
Essa cristologia, que é
representada pelos grupos carismáticos, pentecostais, folcolares etc,
esquece-se do Jesus histórico e lembra o Jesus amor. Isto se torna abstração,
porque esquece a realidade do povo de hoje e porque não se compromete com o
pobre. Esta cristologia é comparada ainda quando dita assim: Cristo é o poder,
seria de socializar o poder temporal. Dizer que o poder dos políticos vem de
Deus, isto é alienante.
O que mais me chama a atenção é a pluralidade da Igreja (dos grupos) na época
de Jesus, assim como também o sinédrio. Os grupos que eram os fariseus (judeus
que seguiam as leis de Moisés e se achavam puros. Povo de moral perfeita e por
isso eram admirados); os saduceus (eram a aristocracia. Deste grupo saíam
muitos sacerdotes que faziam parte do sinédrio. Eles faziam o jogo do Império
Romano e acabavam com os movimentos contra o Império, não acreditavam na
ressurreição); os essênios (eram os monges radicais que viviam fora da
sociedade. Eles viviam uma vida perfeita na comunidade); os herodianos (seguiam
a política de Herodes); os zelotes (vinham das camadas mais baixa da sociedade,
eram guerrilheiros contrários radicalmente ao Império Romano).
Analisando o ontem e o
hoje, dizemos que esta pluralidade na Igreja é representada, atualmente, pelos
grupos: jovens, vicentinos, carismáticos, folcolares, que tinham as tendências
diferentes em relação ao trabalho na Igreja de hoje. No que concerne ao
sinédrio (notamos esse, tribunal de judeus), sendo manipulado pelo Império
Romano em conjunto com algumas pessoas de um grupo, como os saduceus.Jesus,
ensinando a alguns saduceus, disse: "Tomai cuidado com os mestres da lei
que gostam de circular por aí com roupas vistosas, de receber saudações nas
praças, de ocupar as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros lugares nos
banquetes, e devoram os bens das viúvas encobrindo tudo isso com longas
orações: serão julgados com o maior rigor!" MC 12:38, 39 et 40.Analisando
este texto, dizemos que os mestres da lei na antiguidade da Igreja eram os
escribas, que hoje na nossa sociedade política (e não religiosa) são os
políticos (os deputados, os senadores, os vereadores e os políticos indiretos).
Com estes escribas, politiqueiros de hoje devem tomar cuidados: são demagogos,
andam elegantes, usam a religião para ganhar votos do povo e jamais
beneficiá-los. Essas viúvas do texto para nós são os pobres, são os índios, que
são roubados e expulsos das terras pela lei dos escribas-políticos, que os
grande tubarões - usam contra esses pobres coitados. Fugindo um pouco do texto,
mas estando nele de maneira crítica, concluo com a parte do Sermão da Montanha,
que diz: "Felizes os famintos e sedentos de justiça porque serão
saciados."
*Escritor, poeta e teatrólogo pernambucano. Blog
Fiteiro Cultural – http://josecalvino.blogspot.com/
Boas pinceladas na História. Desconhecia parte desses grupos.
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