quarta-feira, 25 de julho de 2012

Desengano


* Por Sayonara Lino


Você que está aí, feliz, sem pesar
Desculpe o mau jeito, é só o cansaço
Daqueles que lutam, sem nada ganhar
A estrutura lhes falta, um amparo, um alento
A refrega contínua, a labuta incessante, pungente
Ajuda, nem sempre
Paliativos, equívocos
As perdas constantes, desamor, desengano
É o troco, é a sobra, resquícios da vida
Desafeto, desonra, lamúria
É o que resta...
E você, aí, feliz, sem pesar
Tentando enganar,
Ludibriando aqueles que por mais que a luta lhes tire a vontade, acredite:
não perderam o discernimento, a garra, a lucidez
Você aí, sem pesar
A mim só resta pensar, elaborar
reconstruir, reorganizar.


• Jornalista, fotógrafa e colunista do Literário


Um comentário:

  1. Desculpe, mas não sei exatamente quem é que labuta e quem é que não sente pesar.

    ResponderExcluir