terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Poema da imutabilidade

* Por Talis Andrade

Deixem as coisas como estão
Não mexam nos meus livros
Não coloquem os dedos nos retratos do meu álbum
Não vistam minhas roupas
Que se afaste de mim o olho-grande
O olho quebrado o quebranto

Não me digam notícias ruins
Nenhum particular da vida de Ánhia quero saber
Que goste ou não goste da minha poesia
É impossível não lhe querer bem

Deixem as coisas como estão
Não adianta pretender mudar o mundo
Ele não atende a ninguém
Gosta de ser assim
Deixem as coisas como estão

Existirão sempre ricos e pobres
Ingênuos e pecadores
Boa e má poesia
Não findará nunca a esperança de um amanhã melhor
Assim será sempre o mundo

(Do livro “Esquife encarnado”)

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 13 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Romance do Emparedado” (Editora Livro Rápido) e outros à espera de edição.

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