Compro felicidade
* Por
Evelyne Furtado
Onde se vende
felicidade? Ando procurando, mas não é um artigo fácil. Hoje passei a tarde em
um shopping com duas amigas. Almoçamos, rimos e conversamos. Compramos também.
Não dá para fingir que
é chato fazer compras. Eu não finjo. Compro nem que seja um batom, um creme
novo ou um chocolate. Minha renda não permite grandes aquisições. Tomara que um
dia permita, pois sou igual à maioria e tenho lá meus sonhos de consumo, mesmo
que não seja um fim em si.
O que me aflige é que
não vendem felicidade nos shoppiings. Aliás, a felicidade não é um artigo à
venda e por isso nos entupimos de dívidas e guloseimas buscando a satisfação.
Então, vêm as contas e as dobrinhas indesejáveis e ficamos profundamente
infelizes.
Mas, dizem, que há
solução. Emagreça e serás feliz! Alardeiam as panacéias para emagrecer.
“Malhe”, falam. Um amigo, tão amigo que é meio-irmão, diz que me leva
(arrastada) para academia e me devolve em casa vivinha, embora quebrada.
Coitado, se não for amarrada não vou.
Para ele, exercício
físico é uma fonte de felicidade. Acredito, pode até ser, mas o conheço bem e
sei que nem sempre ele está feliz, assim como ninguém é totalmente feliz.
Há pessoas como a minha
mãe, que associam a generosidade e o bom caráter à obtenção da felicidade. Um
Prêmio. Até concordo que agindo com justiça e amor somos mais felizes conosco,
mas e com os outros?
Não sou má, ao
contrário tento ser legal, honesta e ética com as pessoas com as quais me
relaciono. Tenho tido sucesso com atitudes fundadas nessas bases e me sinto bem
com isso, porém nem sempre as pessoas me tratam da mesma forma. E então, eu
sofro.
É claro que dá prazer o
reconhecimento. Fico orgulhosa de ver a minha filha feliz e saber que contribuí
para isso.Também fico satisfeita de ter meu ex-marido como um amigo da família.
Que bom termos vencido as mágoas e convivermos com respeito e afetuosidade. Que
maravilha ver nossa filha de 21 anos, aprendendo a amar a irmãzinha de meses. A
família é abençoada, graças a Deus!
Porém já superamos
momentos tristes. Amigos tenho os melhores. Com alguns não convivo muito, mas
os amo. Outros vejo sempre, morro de rir com ele, choro e também os amo. Amores
eu tive (parece letra de música, concordo). Hoje eu tenho amor. E ainda assim luto
para ser feliz.
Carreira, projetos, um
mundo melhor. Vida a dois feliz. Tudo isso eu quero, mas é árdua a conquista.
Não encontrei a felicidade para vender. Quer saber? Se tiver à venda é melhor
que eu nem tome conhecimento, pois deve ser artigo muito caro e não tenho
tanto. Seria mais uma frustração. Por enquanto vou sonhando em ser feliz.
Sonhar não custa nada e hoje eu sonho com você.
* Poetisa e cronista de
Natal/RN
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