O desembargador
*Por
José Calvino
-
A diferença entre um homem e o seu reverso é simples:
o
primeiro é um homem de consciência, o segundo
um
homem
que vai na onda.
(C. Wagner)
Um amigo juiz de
direito, nomeado desembargador pelo Ministro do Tribunal de Justiça, relendo “
O maior xexeiro no País do futebol”, me contou alguns problemas que existem e
que sempre existiram: são em geral
reivindicações dos trabalhadores de modo geral.
O nosso povo não está preparado para revolucionar, até porque uma boa
parte dos nossos intelectuais vivem politicamente e culturalmente em cima dos
muros, esperando uma oportunidade para mamar nas tetas do governo. Os
brasileiros já se preparam para receber o maior evento do futebol mundial.
Gastamos involuntariamente (nós, cidadãos que pagamos a fatura) milhões com estádios
de Primeiro Mundo. No entanto, o governo não cumpre as decisões judiciais e,
simplesmente, as despreza ou menospreza. Vergonhosamente já houve caso, em
2003, de desconsiderarem a decisão do Tribunal de Justiça, inclusive com o
amparo no dispositivo aplicável da atual Carta Magna. Votaram com
Desembargador, Relator e desembargadores...
Estou preocupadíssimo
com que uma pessoa idosa, alto de cabelos brancos, me contou revoltado que,
desde criança, sabe que esses governos com conivência da justiça, falam mais alto que a lei. Um país que só
vive de miséria, prostituição, jogos de azar..., as autoridades sendo
subornadas pelos poderosos, nada mais podemos esperar! O pior: em março deste
ano, o juiz homologou a sentença que diz que o depósito judicial será realizado
com uma importância de fazer vergonha pela pouca vergonha dos excessos que
continuam falando mais alto que a lei.
Sai governo, entra governo e cadê a lei que se deve cumprir?
- Dá vontade de colocar
umas bombas nos Palácios... - disse bruscamente com voz possante: “me prendam,
seus filhos das putas...”
- Porra, Azambujanra,
como você é doido!
- Foda-se, respondeu.
Finalizando, é sempre
bom lembrar com poesia os problemas que existem:
Primeiro é uma
consideração
(eu respeito)
as massas precisam
aprender.
Vamos pra frente
(eu entendo)
que se alastra, que
será resolvido
as idéias claras a
respeito.
Será ignorância?
(eu tenho pena)
calma que silencia.
Minha arma é a caneta
minha tranquilidade
permanece
sem obrigação...
a uma ação, ou
comportamento.
Não é de hoje
não cabia.
Deveria.
*Escritor,
poeta e teatrólogo pernambucano. Visitem e sigam Fiteiro Cultural: Um blog
cheio de observações e reminiscências – http://josecalvino.blogspot.com/
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