Linha da pobreza
* Por
Ronny Someck
Como se fosse possível traçar uma linha e dizer
“abaixo disso é a pobreza”.
Aqui está o pão colorido de maquiagem barata
que ficará preto
e as azeitonas no pires
sobre a toalha da mesa.
Pelo ar, pombas fizeram um voo de continência
ao tilintar da sineta na mão do vendedor de
querosene numa carroça vermelha,
havia também o barulho do chafurdar das botas de
borracha na terra barrenta.
Eu era menino, na casa que chamavam de barracão,
no bairro que chamavam de campo de trânsito dos
imigrantes.
A única linha que eu via era a linha do horizonte e
abaixo dela tudo parecia
pobreza.
* Poeta
israelense
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