Alucinação
* Por
Francisco Alarcón
Não sei se sou digno de alguma historia
ou simplesmente sou pó e escória,
minha pátria morre sem ouvir um só lamento,
ao direito ou ao contrário morre uma e outra vez
Sinto como tudo se afasta
como se destrói o pouco criado,
a miséria absorve os dias
a decadência vira rotina
Não há acontecer senão passar
nos envolve em triste agonia,
dia a dia esta dor dilacerante
que não cessa nenhum instante
que corrói a seiva em aleivosias
que covardemente nos assaltam
que nos arrestam sem desagravos
que o medo tempera nas entranhas
Em alma negra e sem leito para detê-la
são dores sem remédios e em rebeldia,
pertinazes como a própria existência
e sem que a morte nos devolva a vida.
* Poeta
venezuelano
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