A menina que roubava livros terminou em Gaza
* Por
Talis Andrade
As comoventes imagens
da menina que procura seus livros e cadernos na sua casa, destruída por um
foguete em Gaza, lembram cenas do romance e filme de outra menina na Alemanha
nazista.
O que era uma ficção se
transforma em uma brutal e desumana realidade nas guerras do deserto.
Principalmente na guerra das estrelas na Palestina. Precisamente da guerra da
Estrela de Davi contra a Lua árabe. É um novo holocausto: agora dos palestinos,
os antigos filisteus.
The Book Thief - A menina que roubava livros (título no Brasil)
ou A rapariga que roubava livros (título em Portugal)) é um drama do escritor
australiano Markus Zusak, publicado em 2005 pela editora Picador. No Brasil e
em Portugal, foi lançado pela Intrínseca e a Presença, respectivamente.
O livro é sobre uma garota
que encontra a Morte três vezes durante 1939–43 na Alemanha nazista.
The Book Thief tem como
narradora a Morte, cuja função é recolher a alma de todos aqueles que morrem
sem intervalos. Durante a sua passagem pela Alemanha, na Segunda Guerra
Mundial, ela encontra a protagonista, Liesel Meminger, numa estação de comboio
enquanto o seu irmão mais novo é enterrado próximo ao local.
A menina, ao perceber
que o coveiro presente deixou um livro, O manual do coveiro, cair na neve,
rouba-o e é levada, então, até a cidade fictícia Molching, onde a sua mãe
pretende entregá-la a uma família para que a adotem.
Na Rua Himmel, reside o
casal de classe trabalhista formado por Hans e Rosa Hubermann. Lá, ela convive
com os novos responsáveis e vai à escola.
Como ajudante de sua
mãe, começa uma amizade com a mulher do prefeito Ilsa Hermann, embora ela só
perceba o tamanho dessa amizade no fim da história.
Ao longo dos quatro
anos que viveu com os Hubermann, roubou diversos livros e aprendeu lições com
eles.
No filme, a jovem
Liesel Meminger (Sophie Nélisse) sobrevive fora de Munique através dos livros
que ela rouba.
Ajudada por seu pai
adotivo (Geoffrey Rush), ela aprende a ler e partilhar livros com seus amigos,
incluindo um homem judeu (Ben Schnetzer) que vive na clandestinidade em sua
casa.
Enquanto não está lendo
ou estudando, ela realiza algumas tarefas para a mãe (Emily Watson) e brinca
com o amigo Rudy (Nico Liersch).
A história revela
quando terrível um regime que impõe o pensamento único, destrói a cultura de um
povo, queima livros, cria uma lista de autores proibidos, estabelece o controle
judicial-policial, e prende e arrebenta.
A história é uma
mensagem de esperança. A fraternidade, a amizade, o amor ao próximo vence a
Morte e a xenofobia, e todo tipo de preconceito, notadamente o racial.
Você entenderá porque
os judeus são chamados de o Povo do Livro?
* Jornalista, poeta,
professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou
em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do
“Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e
“A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado
“Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).
A realidade choca bem mais que um filme, ainda que as pesquisas mostrem que a novela comove mais que o noticário.
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