Teoria da conspiração – A versão definitiva
* Por
Marcelo Sguassábia
Na verdade não se trata
de uma teoria da conspiração, daquelas que (no caso da Copa) levianamente se
forjam para denegrir um atleta ou o time todo, mas sim de um bem fornido balaio
de absurdos, que aos poucos vai vindo à tona e ganhando espaço na imprensa -
com provas irrefutáveis da veracidade de muitos deles. Por mais inacreditáveis
que sejam.
Descobriu-se, por
exemplo, que o tetraplégico que iria dar o pontapé inicial da Copa 2014, de
quem ninguém viu a cara e nem o pontapé, era na verdade o centroavante Fred.
Isso provocou a indignação de boa parte da torcida e da mídia especializada,
que com razão se revoltaram pelo fato de um jogador do Tetra continuar como
titular da equipe até hoje, passados 20 anos. As razões que motivaram a
escalação do deficiente no time permanecem ainda obscuras, com os envolvidos
desviando dos repórteres e evitando falar sobre o assunto.
Há também um fundo de
verdade - de triste verdade - na afirmação de que foram Hulk e Davi Luis,
aquela bizarra cruza de ovelha com ser humano, os únicos que empurraram o time
nos seis horrorosos jogos em que a seleção desfilou seu futebolzinho Louis
Vuitton. E realmente foi isso o que aconteceu, pelo menos no jogo contra a
Alemanha. Foram coletadas várias fotos amadoras que confirmam essa versão,
mostrando ambos empurrando ofegantes o busão verde e amarelo quando este sofreu
pane a caminho do Mineirão, para disputar a fatídica semifinal. Esse esforço
sobre-humano, que deveria ser gasto em campo, foi antes da hora desperdiçado no
empurra-empurra da jabiraca.
Talvez não seja do
conhecimento de todos, mas ainda nesse malfadado percurso do buzunga até o
estádio belorizontino, houve uma parada de dez minutos para uma esticada de
pernas, um alívio no mictório e o indispensável golinho de birita, para encarar
mais tranquilo a fria muralha alemã. Foi
quando o Parreira flagrou o goleiro Júlio Cesar em meio a irrefreável impulso
glutão. Já tinha mandado pra dentro dezoito olhos de sogra da marca “Da Nega”,
produto sem registro no MS nem data de validade estampada na embalagem. Do
ponto de vista da ação e reação, seria injusto inocentar a iguaria pelo efeito
aparvalhado provocado no goleiro ao contemplar, bovinamente, as sete bolas
entrando fáceis na sua meta.
A falta de ferro,
cálcio, magnésio e proteínas na alimentação produziu um outro lamentável
episódio, desta vez envolvendo o filho do desconhecidíssimo Neymar, o célebre
Neymar Jr. Tais deficiências nutricionais explicariam muita coisa, inclusive o
calção que caía a toda hora e mostrava a cueca do pobrezinho e sua estrutura
corpórea mirrada. Um seguro indício de sérios problemas de inanição, sem
dúvida. Retrato fiel da penúria que assola o nosso esporte e que faz com que
craques desse gabarito continuem sendo craques apenas nas horas vagas, encarando
a dura faina de frentista de posto de gasolina e de freguês cativo do Angu do
Gosma Selvice Serv ME.
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Marcelo Sguassábia é redator publicitário. Blogs: WWW.consoantesreticentes.blogspot.com (Crônicas e Contos) e WWW.letraeme.blogspot.com (portfólio).
Pobres jogadores, e mais ainda, pobres de nós.
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