Desde menino
* Por
Eduardo Oliveira Freire
“A
hora do encontro é também despedida a plataforma desta estação, é a vida".
Milton Nascimento e Fernando Brant
Via uma casa antiga
cada vez mais espremida pelos prédios. De relance, observava uma menina vestida
de bailarina pela janela. O tempo passou e, mesmo adulto, sempre a via. Um dia,
saltei do ônibus e fiquei a espiar a casa.
Não sei o que me levou
a isso, mas coloquei a mão no portão e estava aberto. Entrei sem pensar, sentia
algo que me convidava. Subi a escada e entrei no recinto, onde tocava uma bela
música. A menina estava lá e me disse:
- Que bom que veio para
minha última apresentação. Esperei alguém chegar há tanto tempo.
Sentei no chão e a
assisti dançar. Parecia que flutuava. Depois, ela me agradeceu e saiu do
aposento. Fui embora e nunca mais a encontrei.
Constantemente passo
pela casa antiga, mas, agora só percebo o vazio.
* Formado em Ciências Sociais, especialização
em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
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