quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Morte sob carbono

* Por Cida Pedrosa

a floresta (dentro
da sala)
espia o homem
que se apóia na caneta

nomes números nódoas

as velhas esperam
o ventilador gira
o café esfria o bigode do funcionário

— papel poeira pesares
— idades vãs
entre
um documento e outro
um carimbo e outro
uma certidão e outra

as velhas

acertam um grampo na alma
e pactuam um prazo com a morte

* Poetisa e vereadora no Recife


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