Morte sob carbono
* Por
Cida Pedrosa
a floresta (dentro
da sala)
espia o homem
que se apóia na caneta
nomes números nódoas
as velhas esperam
o ventilador gira
o café esfria o bigode do funcionário
— papel poeira pesares
— idades vãs
entre
um documento e outro
um carimbo e outro
uma certidão e outra
as velhas
acertam um grampo na alma
e pactuam um prazo com a morte
* Poetisa
e vereadora no Recife
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