O despertar para a realidade
* Por Roberto Corrêa
Há poucos dias a mídia noticiou que
proprietários de empresas de ônibus iriam se dirigir às autoridades competentes
visando impedir a publicação das fotografias de ônibus incendiados. Finalmente,
caíram na realidade e constataram que os exemplos arrastam: claro, fotografias
de ônibus queimados estimulam espíritos deformados, a grande maioria nos tempos
atuais, a imitarem tais procedimentos. Essa medida tão sábia e elementar devia
ser adotada para solicitar a quem de direito, a divulgação das avalanches, de
crimes tragédias e assemelhados, deixando de fazer a constante publicidade e
divulgação de todas as maldades que perambulam por aí. Lastimamos que a maioria
não se disponha ainda por acatar idênticos posicionamentos de impedir que a
mídia, em suas diversas ramificações leve a sério atitudes semelhantes, de
brecar a propaganda e publicidade do mal.
Os informativos noticiosos andam tão deprimentes
que, paradoxalmente, existe consenso quase natural de deixarmos de recebê-los,
vê-los e ouvi-los, pois são portadores, em sua grande maioria, de tragédias,
desassossegos e inquietações! A bola da vez é o calor reinante, que diminui,
seca a vazão dos rios, mananciais e lagos! Para “amenizar” anunciam:
tempestades estão próximas! Com a somatória que o carnaval se aproxima inúmeras
bandalheiras vêm à tona (talvez porque possam ser esquecidas naquelas
festividades) e o futebol que nos alegrava com suas amenidades, passou também a
se tornar pesado, fastidioso. Para finalizar só nos resta como sempre, nos
servir dos princípios religiosos que embasaram a formação cristã dos
brasileiros, inobstante a tendência muralista que tacitamente nos é imposta
pelos laicos e agnósticos de plantão não abone os nossos textos impregnados de
religiosidade. Se a morte é realidade diária (verifique os serviços de
necrologia), dela não poderemos escapar. É bom, portanto, e por precaução, nos
prevenir sobre o que nos aguarda e com isso desembocamos na realidade da fé e
dos mistérios referências que mencionamos com frequência. No mistério da morte
que só estudos filosóficos teológicos de alta indagação nos poderão levantar a
fimbria da realidade, deparamos com mistérios incríveis e talvez somente
a fé nos poderá socorrer fazendo-nos acreditar naquilo que não se vê e não se
apalpa.
Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da Academia Campineira
de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico, de
Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas. Formou-se pela
Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se aposentou como Procurador
do Estado. É autor de alguns livros, entre eles "Caminhos da Paz",
"Direito Poético", "Vencendo Obstáculos", "Subjugar a
Violência”, Breve Catálogo de Cultura e Curiosidades, O Homem Só.
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