segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O despertar para a realidade

* Por Roberto Corrêa
            
Há poucos dias a mídia noticiou que proprietários de empresas de ônibus iriam se dirigir às autoridades competentes visando impedir a publicação das fotografias de ônibus incendiados. Finalmente, caíram na realidade e constataram que os exemplos arrastam: claro, fotografias de ônibus queimados estimulam espíritos deformados, a grande maioria nos tempos atuais, a imitarem tais procedimentos. Essa medida tão sábia e elementar devia ser adotada para solicitar a quem de direito, a divulgação das avalanches, de crimes tragédias e assemelhados, deixando de fazer a constante publicidade e divulgação de todas as maldades que perambulam por aí. Lastimamos que a maioria não se disponha ainda por acatar idênticos posicionamentos de impedir que a mídia, em suas diversas ramificações leve a sério atitudes semelhantes, de brecar a propaganda e publicidade do mal.

Os informativos noticiosos andam tão deprimentes que, paradoxalmente, existe consenso quase natural de deixarmos de recebê-los, vê-los e ouvi-los, pois são portadores, em sua grande maioria, de tragédias, desassossegos e inquietações! A bola da vez é o calor reinante, que diminui, seca a vazão dos rios, mananciais e lagos! Para “amenizar” anunciam: tempestades estão próximas! Com a somatória que o carnaval se aproxima inúmeras bandalheiras vêm à tona (talvez porque possam ser esquecidas naquelas festividades) e o futebol que nos alegrava com suas amenidades, passou também a se tornar pesado, fastidioso. Para finalizar só nos resta como sempre, nos servir dos princípios religiosos que embasaram a formação cristã dos brasileiros, inobstante a tendência muralista que tacitamente nos é imposta pelos laicos e agnósticos de plantão não abone os nossos textos impregnados de religiosidade. Se a morte é realidade diária (verifique os serviços de necrologia), dela não poderemos escapar. É bom, portanto, e por precaução, nos prevenir sobre o que nos aguarda e com isso desembocamos na realidade da fé e dos mistérios referências que mencionamos com frequência. No mistério da morte que só estudos filosóficos teológicos de alta indagação nos poderão levantar a fimbria da realidade, deparamos com mistérios incríveis e talvez somente  a fé nos poderá socorrer fazendo-nos acreditar naquilo que não se vê e não se apalpa.

Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas. Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles "Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e Curiosidades, O Homem Só.



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