Fisionomia de Jesus
* Por José Calvino
Tenho recebido vários telefonemas dos leitores pedindo que fale sobre Jesus Cristo. Então resolvi transcrever, em resumo, um depoimento sobre a expressão fisionômica de Jesus através de uma carta escrita pelo senador Públio Lentulus na Judéia ao César romano, Tibério César, imperador de 14 a 37, que se refere a Jesus Cristo, que naquela época nas terras da Palestina, principiava as suas prédicas.
“Soube, ó César, que desejavas ter conhecimento do que passo a dizer-te: há aqui um homem chamado Jesus Cristo, a quem o povo chama profeta e os seus discípulos afirmam ser o filho de Deus, Criador do céu e da terra. Realmente, ó César, todos os dias chegam notícias das maravilhas deste Cristo. Para dizer-te em poucas palavras, Ele ressuscita os mortos, cura doentes e surpreende toda Jerusalém.
Belo e de aspecto
insinuante, é uma figura tão majestosa, que todos o amam irresistivelmente. Sua
fisionomia, de uma beleza incomparável, revela meiguice e ao mesmo tempo tal
dignidade que ao olhar-se para Ele cada qual se sente obrigado a amá-lo e a
temê-lo ao mesmo tempo.
O cabelo dele, até a
altura das orelhas, é da cor das searas quando maduras, e daí até aos ombros é
loiro muito claro e brilhante. É apartado ao meio por uma risca ao uso dos
nazarenos. A barba é da cor do cabelo e não muito larga e também dividida ao
meio. O olhar é profundo e grave; as pupilas parecem os raios do sol. Ninguém
pode fitar-lhe o rosto deslumbrante. Ele é o mais belo homem que imaginar se
pode e muito semelhante à sua mãe, a mais formosa figura de mulher que até hoje
apareceu nesta terra.
As mãos e os braços são
duma grande beleza. Faz-se amigo de todos e mostra-se alegre. Quando repreende,
apavora. Quando adverte, chora. Toda a gente acha a conversação dele muito
agradável e sedutora (...). Nunca estudou, mas é senhor de todas as ciências.
Anda com a cabeça descoberta e quase descalço (...) Muitos judeus o têm por
divino e crêem nele. Também muitos o acusam a mim, dizendo, ó César, que Ele é
contra tua Majestade, porque afirma que reis e vassalos são todos iguais diante
de Deus...”
*Escritor, poeta e teatrólogo pernambucano.
Blog Fiteiro Cultural –http://josecalvino.blogspot.com/
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