Pouco importa
* Por Núbia Araujo
Nonato do Amaral
A mim pouco importa,
sigo alimentando sonhos
lambendo chagas.
Não escondo minhas
rugas com pós.
Ando de cara lavada
pois nada devo a ti.
Não possuo a beleza
das divas.
Meu rosto retrata
o cansaço da lida e
da resignação quando
jeito não há.
Levanto-me a cada
tropeço, não espero.
Os calos e arranhões
não me impedem
de fazer carinho,
se acaso o quiser.
Enxergo-me com
a credulidade visceral
de quem vê na passagem
do tempo apenas uma
aragem.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do
Literário
Bonita imagem do tempo: aragem. Quando a imagem do rosto no espelho causa desagrado é hora de abandoná-lo, momento de fazer uma plastica ou largar para lá? Uma aragem é bem melhor.
ResponderExcluir