sexta-feira, 2 de maio de 2014

Vazio e solidão

* Por Eduardo Oliveira Freire

O vazio invade o quarto e me acorda... Sinto aquele medo de criança de ser o único ser vivo no planeta. Mas, vejo um gato pulando o muro e uma coruja na árvore. Não estou só, mesmo que seja o único ser humano vivo.

Existem outros animais. Posso ficar com eles, esquecer minha "humanidade", viver o instinto. Por que não? Ouço ao longe passos-vozes-carros-ônibus. O vazio deixa de ser denso e se transforma numa sensação minha.

Estou com sede, vou pegar um copo d'água. Voltei, o dia clareia. Trabalhadores caminham pela rua, posso caminhar em "segurança". Às vezes, sinto-me um equilibrista que atravessa uma imensidão vazia.

***

Solidões

Estrada deserta, chuva e um homem caminha à deriva. De repente, vê uma árvore solitária.  Diz " oi!" e se assusta com a própria voz , que parecia ser de outro. Continua a olhar e, pela primeira vez, durante muito tempo, sente-se interagindo com algo. Desejou que sua solidão se comunicasse com a solidão da árvore.

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/


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