Semelhanças mitológicas entre Krishna e Khristós
* Por
Antonio de Campos
No Hinduísmo, Krishna,
“primeiro dos Messias e primogênito dos filhos de Deus”, segundo o filósofo
francês Édouard Schuré, é um Avatar, Aquele que Desceu do Céu em sânscrito,
Encarnação (a oitava) de Vishnu, o Deus que se encarna para sofrer os pecados
dos homens, como Cristo é uma encarnação da Primeira Pessoa, Deus
(Iaveh),gerado pela Terceira Pessoa, o Espírito Santo,que veio para pagar pelos
pecados dos homens.
Krishna é a Suprema
& Absoluta Verdade (Prabrahmana), Senhor dos Senhores (Adidev), Depositário
de Toda a Compaixão (Dayalu), Salvador do Homem, Divino Pastor (Govinda),
Protetor de Todos (Jagadishare), Refúgio de Todos (Narayana), Senhor do
Universo (Jagannatha), Salvador do Mundo,
Aquele que Tira os
Pecados (Hari), que veio resgatar o homem decaído, exatamente como Cristo.
Krishna nasceu duma
Virgem, princesa, casada com Vasudeva (Deus Interior), também nobre, chamada
Devaki (ambos Santos: Devas, provável origem da palavra Deus nas línguas
latinas: Espíritos Superiores, servidores de Deus), fecundada por Mahadeva,
Grande Deus, o Espírito dos Mundos, a Inteligência Divina, o “Espírito Santo”,
Cristo nasceu duma Virgem, casada com José, chamada Maria, fecundada pelo Espírito Santo (Mateus 1:20),
o Mahadeva cristão.
Vishnu aparece a Lacmy,
mãe de Devaki, informando-a que sua filha iria ter um Filho-Deus e qual o nome
a lhe ser dado: Krishna.
Um anjo do Senhor
aparece, em sonho, a José, comunicando-lhe que o que foi gerado em Maria era do
Espírito Santo, pelo que não deveria deixá-la, mas a aceitar (Mateus 1:20).
Na versão de Lucas, a
similitude da predição do nascimento de Cristo é mais próxima à do nascimento
de Krishna, pois o anjo (agora chamado Gabriel) aparece não mais a José, porém
a Maria, informando-a que ela conceberá e dará à luz um filho “a quem chamará
pelo nome de Jesus” (Lucas 1:31).
Krishna nasceu num
insólito porão-prisão do palácio do rei Kamsa, em Brajbhoomi, região das
cidades gêmeas de Mathura & Vrindavan, no estado de Uttar Pradesh. Cristo,
numa inabitual manjedoura, em Belém.
(Alguns filhos de Deus
vêm ao mundo em locais incomuns, ocultos.)
Krishna nasceu em
família real, através de sua mãe, Devaki, Cristo pertencia à Casa do Rei Davi,
através de José, seu “pai”, que não era seu pai, como Vasudeva não era pai de
Krishna, o que leva à impossibilidade messiânica-sanguinea de Cristo.
Krishna após o
nascimento, foi perseguido por seu tio, Rei Kamsa, irmão de sua mãe, que o
desejava matar, temendo que viesse se apossar de seu reino, o reino de Mathura,
de acordo com profecia feita por uma voz vinda do Céu (a “voz” sempre vem do
Céu), obrigando Devaki a fugir para as florestas do Monte Méru,como Maria foge
para o Egito.
O Rei Herodes, o
Grande, depois de seu encontro com os Magos, ordena o assassinato das crianças,
com menos de dois anos, nascidas em Belém e seus arredores, temendo que uma
delas, Cristo, viesse a usurpar o seu trono.
O Rei Kamsa ordena a
matança das sete crianças que Devaqui gerou antes de Krishna (e permaneceu
Virgem), bem como das crianças do reino vindas ao mundo no mesmo dia do
nascimento de Krishna, que escapa, como Cristo escapa de Herodes.
(Encontro & matança
impossíveis de terem acontecido – Herodes faleceu de quatro a um ano antes de
Cristo nascer.)
A mãe de Krishna,
Devaki, teve oito filhos, sendo Krishna o último, a mãe de Cristo, Maria, teve,
no mínimo, cinco filhos: três meninos e duas meninas (Marcos 04:32), sendo
Cristo o primeiro (Lucas 02:07), ambas continuaram Virgens.
Krishna andava em
companhia de mulheres como Cristo: Madalena, Joana, Suzana e muitas outras, que,
segundo o Evangelho (Lucas 8:02-03), prestavam-lhe assistência a com seus bens.
Das muitas mulheres
& Gopis (Pastoras, que lembram as pastoras/ pastorinhas do ciclo natalino
nordestino) que acompanhavam Krishna, duas se sobressaem: as irmãs Sarasvati
& Nixdali, que o amavam. Apenas Nixdali era correspondida.
Das muitas mulheres que
acompanhavam Cristo, duas se destacam: as irmãs Marta & Maria.
Nixdali era apaixonada
por Krishna, como Madalena por Cristo, sendo marido & mulher, de acordo com
evangelhos ditos “apócrifos”.
Sarasvati, irritada
pelo abandono de Krishna, casa-se, deixa o marido e torna-se prostituta, mas um
dia, encontra-se com Krishna, arrepende-se de seus erros e pecados, tornando-se
sua discípula.
Cristo recupera uma
mulher da prostituição, perdoando-lhe os muitos pecados, que, segundo a
tradição, seria Madalena, e a transforma em discípula.
Krishna prega no Monte
Méru, Cristo expõe o fundamento de sua doutrina no Sermão na Montanha.
Krishna fala por
parábolas: “O fruto da cataca purifica a água, assim as boas ações purificam a
alma”, Cristo também.
Krishna ordena que o
pescador Durga, de sua barca, lance as redes nas águas do rio Ganges, que saem
carregadas de peixes. Idêntica prática tem Cristo, no mar de Tiberíades, com
seus discípulos, alguns dos quais eram pescadores, como Durga (João 21:06).
Krishna propõe perdoar
os inimigos: “Não é matando que se triunfa dos inimigos vencidos, mas sim
perdoando-lhes”, Cristo identicamente.
Krishna se transfigura
ao pregar aos discípulos no Monte Méru. Cristo se transfigura diante de três
discípulos no Monte Tabor.
Krishna ensina ao povo
à beira do rio Ganges. Cristo prega às multidões junto ao lago Genesaré.
Krishna apreciava ceias
e jantas. Cristo do mesmo modo.
Krishna propõe:
“Busca-me para teu abrigo, não te preocupes, que eu te livrarei de todos os
males!”
Cristo conclama: “Vinde
a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados,e eu vos aliviarei!”
Krishna fez uma entrada
triunfal em Mathura. Cristo, em Jerusalém. Krishna tinha um discípulo amado,
Ar-juna, que se revelou na Guerra de Kurukshetra (Bhagavad-Gita, 500 a 200 aC),
a Guerra do Armagedom (Apocalypse) original.O discípulo amado de Cristo
chamava-se João.
Krishna, antes de
morrer, retira-se com seus discípulos, acompanhados de Sarasvati & Nixdali
para um lugar selvático e desolado, junto aos altos cimos da montanha Himavant,
onde permaneceu 7 (número sagrado universal) dias em meditação, até que os
arqueiros de Kamsa o descobrem, prenderam-no a um tronco de cedro e o flecharam
três vezes. Ao ser atingido pela última flecha, Krishna morre exclamando:
Brâman (Origem & Fundamento não Personalizado de Toda a Matéria, Energia,
Tempo & Espaço).
Identicamente, seguindo
seu exemplo, Mahatma (Maha: Grande + Atma: Alma, o conceito & a palavra
Alma: Atma, com substituição do “t” por “l”, procedem do Hinduísmo, do
sânscrito) Gandhi, ao ser assassinado, pronuncia: Rama* (Deus) e Cristo antes
de expirar, brada: Eli, Eli (Meu Deus, Meu Deus.)
De acordo com outra
tradição, Krishna se dirige a uma floresta, como Cristo a um Horto, senta-se
debaixo duma árvore, meditando, quando um caçador o atinge mortalmente seu pé
com uma flecha, pedindo-lhe perdão posteriormente, sendo perdoado, após o que
sobe para Goloka, o “Céu” de Krishna.
Outra versão afirma que
Krishna entrou no rio Ganges, sendo flechado mortalmente por alguém postado
atrás duma árvore. Os discípulos depois tentaram resgatar seu corpo, que jamais
foi encontrado. Ou que sua alma subiu ao Céu e seu corpo foi cremado por
Arjuna*.
Os quatro momentos da
fictícia morte de Krishna guardam, cada um à sua maneira, semelhança com os
últimos momentos da também fictícia morte de Cristo, posto que ambos são seres
imortais, filhos de Deus, Deuses eles mesmos.
Khristós é um “avatar”
de Krishna.
Nada de novo debaixo do
sol, já dizia o sábio Salomão.
Hare Krishna! Salve
Khristós!
*Deus que estabelece a
Verdade sobre a Terra, sétimo avatar de Vishnu
*”O hinduísmo tem
diversos documentos sagrados, não tem um texto santo, nenhuma Bíblia que conte
a verdadeira história...”
Os Descobridores,
Daniel J. Boorstin
*
Escritor e advogado
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