Poetas antigos
* Por
Isabel Furini
Antigamente os poetas
eram como corvos:
paradoxais e taciturnos.
Eram como caminhos escuros e misteriosos,
constelações com estranhos augúrios,
montanhas e trovões na imensidão do mundo.
Antigamente os poetas eram silenciosos
como Gárgulas de pedra,
eram orgulhosos como os leões
e como os oceanos
- misteriosos e profundos.
Esses poetas antigos eram loucos e misteriosos e
apaixonados
e rebeldes e misantropos e magníficos!
Loucos - loucos de amor pela poesia
construíam com a névoa do mundo subterrâneo
suas rimas loucas e intempestivas.
Alguns (como Estácio de Sá, Alfonsina Storni e Flor
Espanca)
desafiaram com suas impressionantes vozes o tétrico
rio Estígia
e a barca de Caronte
– tatuando nas areias do deserto
a própria
vida e a própria morte
com a serpente letal da poesia.
* Poetisa
e professora
Nenhum comentário:
Postar um comentário