Mil vezes
* Por
Carmo Vasconcelos
Mil vezes nascerei criança pura
Nua de memórias e de linhos
E às cegas plos abrolhos dos caminhos
De novo me farei à estrada escura
Mil vezes feita verme a impureza
Sugará de minh’alma a perfeição
Até que certo dia um clarão
Me faça vislumbrar sua torpeza
Mil vezes travarei luta obscura
Contra a vil impureza traiçoeira
Que na carne me tenta e me tortura
Só quando vir do corpo a impostura
Alcançarei a estrada derradeira
E pousarei sem volta… na Altura
***
In "Sonetos Escolhidos"
* Poetisa portuguesa
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