Superando os limites
* Por Rodrigo Capella
Confesso que detesto fazer exercícios
físicos, mesmo assim sempre joguei futebol e sinuca. O futebol me ajudava a
perder alguns quilos; a sinuca era um pretexto para uns goles a mais de
cerveja. Mas, de uns tempos pra cá, parei com ambos, simplesmente larguei. Não
há um motivo específico. São vários.
A começar pela desmotivação.
Nunca foi incentivado a praticar esportes, nunca me interessei por isso.
Resultado: tenho três pedras no rim, mais precisamente uma no rim direito e
duas no esquerdo, além de mais algumas outras se formando. Quando, elas se
mexem é um Deus nos acuda.
Já fui diversas vezes ao hospital
para tomar soro, deitar na cadeira, fechar os olhos e simplesmente ver o tempo
passar. Por insistência de minha família, também freqüentei alguns médicos, que
prontamente me recomendaram mais exercício físico para incentivar o consumo de água
e contribuir para a eliminação das pedras. Maldito destino! Eu odeio exercício
físico.
Com medo de subir ao andar de cima,
segui as orientações e me matriculei em uma academia. Foi uma grande evolução!
Mas, não quis saber de aparelhos de musculação, abdominal, yoga, alongamento ou
outras atividades que me dão dores e me desestimulam. Recorri à esteira e à
bicicleta, que me lembram os tempos de futebol. Corro vários quilômetros ao
dia, sem ter pressa, fazendo exercício e olhando o tempo passar.
Não são onze jogadores, não há
torcida e a bola foi substituída por um moderno painel de comandos, com botões
vermelhos e azuis. É, os tempos são outros, as necessidades são outras, mas a
vontade de viver e de aproveitar os momentos como se fossem únicos continua e
sempre vai continuar, seja num campo de futebol ou simplesmente em uma
bicicleta estática.
(*) Jornalista, escritor
e poeta, autor de "Poesia não vende".
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