quarta-feira, 2 de julho de 2014

Aurora Outonal

* Por Samuel C. da Costa

Para Mariana P. Monzon

Em céus noturnos
Um brilho raro
De raios paralelos e alinhados
Que mudam inconstantes
Em uma iluminação ultravioleta
 De luz violeta, azul...

Que sopre o vento solar
Que trazem o glorioso caos
Na ionosfera terrestre
No campo magnético terrestre

Nem Júpiter, Saturno...
 Marte ou Vênus!
Pois és tu...
 A minha doce e delicada Valquíria
De brilho raro e difuso
Como uma cortina estendida
Em meio a elétrons, para além de prótons
E partículas alfas...
Em meio a tempestades solares...
Tempestades magnéticas
Que colidam os átomos
Na atmosfera terrestre
Que formam a ionosfera terrestre...
Que cirandam os doces distúrbios
Terrenos
Que criam doces confusões...
Em vidas pequenas e frágeis!

És a minha misteriosa e nebulosa Valquíria
Perdida na magnetosfera...
Em um fluxo rarefeito de plasma quente
Perdida em meio ao gás de elétrons livres e cátions
Que nos brinda o astro rei e sua coroa solar

Percorres gloriosamente...
 As regiões longínquas aurorais
Nos pontos de auge boreais e austrais
Pontos remotos
Em tempos remotos

Nem Júpiter, Saturno, Urano
Netuno ou Mercúrio
És o meu anjo divinal
Que me atormenta
Que me apequena

És o vento solar
A aurora que ilumina o céu de Júpiter
Que sopra na ionosfera de Io
Que irradia em Ganimedes e Europa
És as vulcânicas erupções em Io
Que irradia e me invadi
Enlouquece-me
Derrota-me
Vence-me por fim

Nem Galileu, James Cook,
Pierre Gassendi, Público Cornélio Tácito
Ou Edmond Halley
Explicam o efeito em mim
És a minha doce e delicada ninfa vaporosa

Que sopre o vento solar
Nem Júpiter, nem Netuno
És toda mistério
Nebulosa e solitária
Que invadi a minha pequenez cotidiana


* Samuel da Costa é poeta em Itajaí

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