Aurora Outonal
* Por
Samuel C. da Costa
Para Mariana P. Monzon
Em céus noturnos
Um brilho raro
De raios paralelos e alinhados
Que mudam inconstantes
Em uma iluminação ultravioleta
De luz
violeta, azul...
Que sopre o vento solar
Que trazem o glorioso caos
Na ionosfera terrestre
No campo magnético terrestre
Nem Júpiter, Saturno...
Marte ou
Vênus!
Pois és tu...
A minha doce
e delicada Valquíria
De brilho raro e difuso
Como uma cortina estendida
Em meio a elétrons, para além de prótons
E partículas alfas...
Em meio a tempestades solares...
Tempestades magnéticas
Que colidam os átomos
Na atmosfera terrestre
Que formam a ionosfera terrestre...
Que cirandam os doces distúrbios
Terrenos
Que criam doces confusões...
Em vidas pequenas e frágeis!
És a minha misteriosa e nebulosa Valquíria
Perdida na magnetosfera...
Em um fluxo rarefeito de plasma quente
Perdida em meio ao gás de elétrons livres e cátions
Que nos brinda o astro rei e sua coroa solar
Percorres gloriosamente...
As regiões
longínquas aurorais
Nos pontos de auge boreais e austrais
Pontos remotos
Em tempos remotos
Nem Júpiter, Saturno, Urano
Netuno ou Mercúrio
És o meu anjo divinal
Que me atormenta
Que me apequena
És o vento solar
A aurora que ilumina o céu de Júpiter
Que sopra na ionosfera de Io
Que irradia em Ganimedes e Europa
És as vulcânicas erupções em Io
Que irradia e me invadi
Enlouquece-me
Derrota-me
Vence-me por fim
Nem Galileu, James Cook,
Pierre Gassendi, Público Cornélio Tácito
Ou Edmond Halley
Explicam o efeito em mim
És a minha doce e delicada ninfa vaporosa
Que sopre o vento solar
Nem Júpiter, nem Netuno
És toda mistério
Nebulosa e solitária
Que invadi a minha pequenez cotidiana
*
Samuel da Costa é poeta em Itajaí
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