sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Série Jovens Adormecidos


* Por Eduardo Oliveira Freire


JOSÉ

A mãe o chama. Ele está pescando no rio, retorna para casa e a mãe lhe diz para se arrumar. José se apronta e espera o carro. Está habituado a ir àquela casa que parece um castelo. Quando entra, mandam-no se despir e colocar uma venda nos olhos. João se deita na cama e se deixa levar pelo sono. Nem percebe ser observado e, às vezes,  tocado levemente. Em casa tem tantos afazeres, que este momento significa seu descanso.

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ENTRE O SONHO E A REALIDADE

Recebia uma visita ao amanhecer. No espaço curto de tempo de abrir e fechar as pálpebras via dois seios iluminados pelo sol. Desde pequeno, não acordava na hora, mas, aos poucos, como se o tempo da alma fosse diferente do corpo. Coincidentemente, uma prima estava passando uns tempos com o marido em sua casa. Quando foram embora as visitações cessaram. Dois meses depois, sua mãe recebeu um telefonema da prima, que a deixou muito contente. Falou para todos sentados à mesa: “Clarice ficou grávida! Finalmente!”

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A AMANTE

No escuro do quarto proporciona momentos de delírio ao amado e quando ele acorda, dissipa-se com os primeiros raios de sol. Na cozinha, a namorada prepara o café. Ele se aproxima e a beija. A amante repousa saciada no inconsciente dele.

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DESESPERANÇA

Estava tão desiludido com o caminhar da humanidade que pediu ao bruxo a maçã enfeitiçada. Ao comê-la caiu nas profundezas do sono. A princesa não quis beijá-lo, pois ele sofreria ainda mais quando visse tudo putrefato ao redor.

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* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/



Um comentário:

  1. Microcontos sutilmente eróticos, algo delirantes, estão se tornando sua especialidade, Eduardo. Sugiro que retire esta de aspirante a escritor. Por força das criações você é escritor, e acabou-se.

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