Gato ou gatos
* Por
Eduardo Oliveira Freire
De manhã brinca com a
menina, de tarde caça passarinho. Vários séculos atrás era sagrado para o
faraó. Agora, ronrona perto da senhora para receber comida. A vizinha
supersticiosa considera-o um demônio que deseja roubar sua alma. Já o menino o vê passar rapidamente no muro,
sente desejo de ser o felino para andar livremente por aí. Também, só é um gato
descansando em cima de um carro, clicado por um pseudo fotógrafo que usa a
câmera do celular.
***
- Sempre cuidarei
dela, eu a amo!
Dizia sempre esta
frase para os que visitavam, mas, quando estava sozinho, dizia ao pé do ouvido
da esposa em coma: “Você é minha e não tem como mais fugir, ficaremos juntos
por muito tempo”.
***
- Tolo, pensa que
estou presa, mas, na verdade, estou mais livre. Agora, vou encontrar com o
vizinho professor de ginástica através de seus sonhos. Consigo mudar de forma a partir dos desejos
de qualquer um que me interessa. O poder de fazer isto sem culpa e medo de ser
pega é tão prazeroso.
***
Súcubo da vida real
A partir da imaginação
de quem a contrata, ela pode ser: princesa, cachorra, fada, garotinho,
garotinha, policial, professorinha, freira, colegial, algoz, vovó, enfermeira,
anja, diabinha, estivador, empregadinha, madame... Muitos dos seus clientes
ficaram anêmicos nas finanças, na saúde e na alma.
*
Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante
a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
Tentando descobrir onde encontra seus personagens, e em seguida imagino que seja dentro de você mesmo, numa imaginação bem fértil, Eduardo.
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