quarta-feira, 30 de maio de 2018

Entranhados na carne - Rosane Carneiro


Entranhados na carne

* Por Rosane Carneiro

Entranhados na carne da aurora
dialogam pássaros
entre vísceras de árvores
a argumentar aos músculos do vento
o encadeamento do tempo
articulações da existência
Bege, sanguínea e suspensa
a criatura da manhã
nutre a teia daqueles galos
e gera do púlpito de batimentos
reflexões nos homens,
insones rebentos




* Poetisa e mestra de Literatura Brasileira na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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