“Cada
macaco no seu galho”
*Por
José Calvino
O
título acima é uma expressão, que
significa: as
pessoas devem reconhecer o seu lugar, sem se intrometer em assuntos
alheios, os quais
não lhes
compete.
Praticamente
estou deixando de escrever, por motivos óbvios. Quem
vive como eu, evitando grupos de subservientes “intelectuais” com
conchavos, a fim de obter favores, permita-me registrar mais uma vez
algumas inconfidências. Num país onde “todos são iguais perante
a lei”, a decepção é grande. Em termos de Brasil, ser escritor
ou poeta numa nação cheia de analfabetos e semianalfabetos é ainda
mais difícil…
Modéstia
à parte, em 1957,
frequentei o Curso de Iniciação ao Cinema, promovido pelo
Centro de Orientação Cinematográfica e pela Associação de
Imprensa de Pernambuco (AIP). Retirei a proposta de sócio por
motivos óbvios e, no mesmo ano o de Radiatro. Assim como também o
desligamento da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT).
Motivo: Não entregaram o comprovante do registro da Peça
Teatral “Trem
& Trens” e a carteira da SBAT. Há prova de que
a peça teatral “Trem & Trens”, de minha autoria, foi
devidamente registrada sob o Nº 27.751 em 26.09.1990, no Rio de
Janeiro, documento, como título executivo judicial em 1991. Com
observações necessárias, concluí
o curso de Ciências Religiosas pelo então ITER (Instituto de
Teologia do Recife), sendo o referido curso equivalente à
licenciatura curta para fins de Magistério. Em 1997, me associei à
UBE-PE, e, pela
segunda vez deixo de pertencer aos quadros da (des)União Brasileira
de Escritores (Vide “Vagão abandonado nos jardins da UBE”) –
Literário/Fiteiro Cultural 10/05/2011).
Termino
aqui, resumindo
alguns fatos que aconteceram: Nos anos 60, um comandante Geral da
Polícia Militar de Pernambuco (na
Ditadura Militar era um oficial do Exército), resolveu levar um
coronel da “meganha” para um clube de oficiais das Forças
Armadas. Lá o general ficou chamando o seu subalterno de coronel
todo instante. Até que encheu o saco de um coronel do Exército, que
perguntou:
-
Ele é coronel de onde?
-
Da Polícia Militar – respondeu o general.
-
Não sendo das Forças Armadas, não é coronel, general, ele não
era nem pra estar aqui. Os lugares dele frequentar são as
gafieiras e sua excelência sabe disso: cada macaco no seu galho! –
disse um outro oficial do Exército. O
“meganha” ficou então somente frequentando clubes simples
até a sua morte.
“Candidatos
à Academia de Letras”, conversando entre si:
-
Você ainda perdeu para um cardiologista! E eu, que perdi
para um proctologista?
Assim
mesmo foi o caso do ex-presidente Lula, que deveria
ter sido mais simples
e procurado
o seu lugar. Será que ele não se lembrou de que
um dia foi de pau de arara para São Paulo e, como
metalúrgico, perdeu
até um dedo junto com os seus companheiros pobres? Por isso o título
dessa crônica :“Cada
macaco no seu galho”.
*Escritor
pernambucano
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