Caçadores de aventuras
* Por
Eduardo Oliveira Freire
“Nunca nos devemos
esquecer que nenhum homem pode fugir de si mesmo.”
―Johann Goethe
Os jovens observam a
senhora e o homem. Deduzem que são mãe e filho. Planejam como atacarão. Vestem
fantasias. Denominam-se caçadores de aventuras e esperam, ansiosos, as aulas da
faculdade, para poderem brincar.
A senhora sente um
arrepio. Olha para o filho, que lê um livro. Sempre cuidou dele e desejava que
aquele mal não o afligisse mais. Ele percebe
o olhar temeroso materno e diz que está tudo bem.
Barulho ao redor da
casa. A senhora se assusta, mas não pelo barulho e sim com aquela sombra que
perpassa pelo rosto do homem. Ela pede para ter calma, mas, não a ouve. É outra
pessoa. A senhora pega o celular. Sem sinal. Moravam em lugar distante e, em
muitas ocasiões, ficavam incomunicáveis com
o mundo exterior.
O homem sai de casa.
Consegue sentir a pulsação dos invasores.
Em frações de segundos, descobre onde estão e os ataca, parecendo uma fera.
Depois, enterra-os nos fundos da casa.
Entra na casa e chora.
A mãe o consola. Diz que precisam ir embora. Desde criança, ele tinha uma força
destrutiva, principalmente, quando os outros o provocavam.
Anos procuravam um canto, onde pudessem
encontrar a paz. Porém, como fugir daquilo que existia dentro do filho?
* Formado em Ciências Sociais, especialização
em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
Num estilo telegráfico a história está contada, deixando clara uma réstia de mistério.
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