terça-feira, 7 de outubro de 2014

Caçadores de aventuras

* Por Eduardo Oliveira Freire

“Nunca nos devemos esquecer que nenhum homem pode fugir de si mesmo.”
―Johann Goethe


Os jovens observam a senhora e o homem. Deduzem que são mãe e filho. Planejam como atacarão. Vestem fantasias. Denominam-se caçadores de aventuras e esperam, ansiosos, as aulas da faculdade, para poderem brincar.

A senhora sente um arrepio. Olha para o filho, que lê um livro. Sempre cuidou dele e desejava que aquele mal não o afligisse mais.  Ele percebe o olhar temeroso materno e diz que está tudo bem.

Barulho ao redor da casa. A senhora se assusta, mas não pelo barulho e sim com aquela sombra que perpassa pelo rosto do homem. Ela pede para ter calma, mas, não a ouve. É outra pessoa. A senhora pega o celular. Sem sinal. Moravam em lugar distante e, em muitas ocasiões, ficavam incomunicáveis com  o mundo exterior.

O homem sai de casa. Consegue sentir a pulsação dos invasores.  Em frações de segundos, descobre onde estão e os ataca, parecendo uma fera. Depois, enterra-os nos fundos da casa.

Entra na casa e chora. A mãe o consola. Diz que precisam ir embora. Desde criança, ele tinha uma força destrutiva, principalmente, quando os outros o provocavam.

 Anos procuravam um canto, onde pudessem encontrar a paz. Porém, como fugir daquilo que existia dentro do filho?

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/


Um comentário:

  1. Num estilo telegráfico a história está contada, deixando clara uma réstia de mistério.

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