O que eu sei dos maus governantes do Brasil
*Por
José Calvino
“Le
Brésil n’est pas un pays sérieux”. Frase criada por Charles De Gaulle,nos anos 60.
A presente crônica é
imparcial. Acredito que as pessoas que
me lêem e quem me conhece pessoalmente sabem que eu não sou escritor de
gabinete, e nem tampouco celebridade no mundo da literatura, cinema, música ou
teatro.
No desempenho dos meus
trabalhos sempre procuro mostrar as minhas observações e reminiscências sobre
os problemas que enfrentamos há mais de
60 anos. O meu pai era chefe de estação
da antiga Great Western e foi perseguido (não foi caso isolado) no governo do
caudilho gaúcho Getúlio Vargas. Para o povo ingênuo. Vargas era conhecido através
do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), como “pai dos pobres” e em seus
comícios tinha como slogan: “Trabalhadores do Brasil”. Época em que todos se
queixavam da carestia, pois tudo era caro mesmo. Os problemas de corrupção e
nepotismo no nosso Brasil sempre existiram. Tancredo Neves e Agamenon
Magalhães, este último foi interventor federal em Pernambuco, eram homens de
confiança da ditadura Vargas, ou Estado Novo apoiado pelas classes médias e por
amplos setores das burguesias.
Mas, também existiam os
revoltados com o referido ditador, e que comentavam entre si:
- Eu sei o por quê de
tudo isto. Papai morreu de beber, mas por quê?, era um homem honesto e foi
fraco ao se entregar à bebedeira, mas quem fabrica tudo isto? Um telegrafista
mesmo, ganha muito pouco e o que dirá um trabalhador de linha férrea!
- Minha mulher vive de
lavagem de roupa porque a pensão dela é de fome e lá em casa não tem água
encanada, é de cacimba. Geladeira nós não temos, pois é privilégio dos ricos.
Eu mesmo, quando quero tomar água gelada, peço ao senhor, do caldo de cana, um
pedaço de gelo e o levo enrolado no bagaço de cana, como papai fazia
antigamente. Rádio?, nós só temos é um baixo-falante e, por isso já somos
invejados pelos vizinhos porque papai colocou uma antena grande até a jaqueira
e a gente ouve quase como rádio. Papai era inteligente. Tantas vezes foi punido
por perseguição do patrão que era getulista, pobre do papai.
- Era bom uma greve geral moralizada, para dar
uma lição no “Trem dos Corruptos”.
- É preocupante. Eu sei
o que é isso e que a culpa não é da gente... (Parodiando João Cabral de Melo
Neto) “Hoje, o grande doente é o Brasil, com mais fome, mais violência e mais
doenças”. Até, amigo!
Bem, caros leitores,
como eu já disse antes, me encontro muito desanimado com alguns grupos do facebook
e das redes sociais, agindo com baixarias. Pelo visto, isso é uma mostra do que
deve acontecer até o dia 26, sob a batuta disfarçada do combate à corrupção e
ao nepotismo. Como eu já disse: Os problemas de corrupção e nepotismo no nosso
Brasil sempre existiram. E para os que não sabem ou procuram ingenuamente, eu
provo sem essa de ser omisso por questões de partidos políticos, falecimentos e
parentescos (vide “Os Andrade Lima”).
Sobre o falecido
dramaturgo Ariano Suassuna, que foi secretário de Cultura no governo Arraes e
no do seu neto também falecido. No segundo governo de Eduardo Campos à frente
do Governo de Pernambuco, assumiu o cargo de secretário-chefe da Secretaria
Especial de Assessoria do Governador. Mais uma secretaria que serve como cabide
de emprego. mas como se dizia socialista, que sonhava com o socialismo na
América do Sul, que já havia dito que
não aceitaria exercer cargo político porque estava escrevendo um romance. Entretanto, aceitou
esse cargo, onde não fazia nada e que só lhe servia mesmo para satisfazer
interesses políticos ou de amigos, dando emprego a seus apadrinhados, entrando
assim no rol dos que não dispensam o dinheiro da viúva! O doutor Cyro de
Andrade Lima, pai de Renata, viúva de Eduardo Campos e irmão de Zélia, viúva do dramaturgo Ariano, foi secretário da Saúde no governo Arraes...
Finalizando esta
crônica, até porque escrevi em janeiro de 2012 “Olho na Presidenta!” e até o momento o
Governo Federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o
Governo do Estado de Pernambuco não deram continuidade às obras. Se não, tudo
leva a crer que o PAC foi um programa eleitoreiro! Outrossim, Dilma Rousseff,
caso seja reeleita, deverá não fazer alianças com José Sarney e Fernando
Collor, na minha opinião será a maior decepção, os dois foram péssimos
presidentes!
Nota - Alguns trechos
extraídos do teatro “Trem & Trens”, pp. 100-16 - ed. do autor.
*Escritor,
poeta e teatrólogo pernambucano. Vejam e sigam Fiteiro Cultural –
www..josecalvino.blogspot.com/
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