Escritor ou roteirista
e diretor de cinema e TV?
O escritor
norte-americano John Michael Crichton, nascido em Chicago em 23 de outubro de
1942 e que morreu em Los Angeles em 3 de novembro de 2008, é um dos autores de
ficção científica mais conhecidos e mais requisitados pelos apreciadores da FC
ao redor do mundo. Tanto que é colocado, invariavelmente, entre os dez ou doze
principais astros do gênero em todos os tempos. Sei lá, não concordo. Respeito
o gosto de todas as pessoas, por estranho que seja, mesmo discordando. Admito
que esse personagem fez fama com seus tantos livros (e escreveu muitos!). Mas,
confesso, Crichton não se inclui, propriamente, entre meus escritores
preferidos, não importa de que gênero.
Entendo que ele levou
suas fantasias longe demais. Seus enredos são apropriados para filmes de
categoria B, recheados de efeitos especiais e de muita ação, capazes de
empolgar platéias não muito exigentes. Nisso, aliás, mostrou-se perito, como
poucos. Todavia, em termos exclusivamente literários, seus livros não me
empolgam e não suscitam reflexões. Não, pelo menos, como os de H. G. Wells,
Arthur C. Clarcke, Isaac Asimov, George Orwell, Aldous Huxley ou mesmo Júlio
Verne, entre outros, em cuja companhia é relacionado pelos seus admiradores. É questão de gosto, eu sei. Por isso,
respeito os que o apreciam.
Aliás, até não muito,
eu sequer sabia que ele era escritor e tido e havido como uma espécie de astro
de destaque da ficção científica. Ninguém sabe tudo de tudo e eu não fujo dessa
regra, por mais esforços que faça. Conhecia-o, sim, mas como roteirista de
cinema, além de produtor e diretor tanto de Hollywood, quanto de importantes
emissoras de televisão dos Estados Unidos. Já havia assistido, por exemplo, “Jurassic
Park”, filme que ajudou a aumentar ainda mais o já então imenso prestígio de
Steven Spielberg, e só então fiquei sabendo que essa produção cinematográfica
era uma adaptação de um livro de Michael Crichton, “Parque dos dinossauros”.
Foi quando me interessei por ler várias de suas obras, das que encontrei nas
livrarias, como “Devoradores de mortos”, “Congo”, “Sol nascente”, “Mundo
perdido” e “Twister”. Não nego que gostei da maioria delas (não de todas).
Gostei... mas não me entusiasmei.
Continuei (e continuo)
considerando-o mediano roteirista, razoável diretor de cinema e excelente
produtor de televisão. Neste último caso, destaca-se a série televisiva de sua
autoria (de muito sucesso em vários países), chamada “ER”, que no Brasil
recebeu o nome de “Plantão médico”. Não sei se ele escrevia seus livros já
pensando em transformá-los em filmes ou se apenas depois de publicados é que
ele e outros roteiristas tinham esse “clic” e adaptavam-nos à telona ou à
telinha. Coincidência ou não, cerca de cinqüenta de suas obras ficcionais
acabaram virando produções de Hollywood ou seriados de televisão. A mais famosa
delas, reitero, foi “Parque dos dinossauros”, que se transformou em mais um
sucesso de Spielberg: “Jurassic Park”.
Uma característica que
notei nos livros de Crichton é a profusão de termos médicos, sobre doenças,
diagnósticos, medicamentos, procedimentos cirúrgicos de emergência, coisas
desse tipo. Fiquei matutando: “Ou esse sujeito pesquisou muito e tem memória de
elefante, ou cursou Medicina”. Bingo! Acertei na mosca! Pesquisando, tempos
atrás, sua biografia, descobri que Michael Crichton era médico formado. Se
exerceu ou não a profissão, não tenho condições de afirmar e nem de desmentir.
Suponho que sim. Deve ter exercido, pois mostrou perfeito domínio das rotinas
de um hospital, notadamente daquelas que caracterizam um agitado
pronto-socorro. E ele formou-se não em alguma faculdadezinha mambembe e obscura
qualquer do interior dos Estados Unidos. Longe disso. Graduou-se pela
reputadíssima Harvard Medical School, coisa para pouca gente. É mole?!
Vocês já pensaram que
zorra seria se algum cientista, desses amalucados, mediante reconstrução de
seus DNAs, conseguisse trazer à vida monstros pré-históricos, que teriam
desaparecido milhões de anos antes do surgimento da nossa espécie? Seria uma
desgraça! Meios científicos para isso até existem. Mas a pergunta principal que
se impõe é: com qual objetivo isso seria feito? Que lucro a humanidade, já
assoberbada com tantos e tantos e tantos problemas, carentes de mínimas soluções,
teria, com mais este megapepino? Caso isso ocorresse, e se dinossauros
realmente tenham existido (coisa de que nunca me convenci) isso significaria, no
médio prazo, o fim da nossa espécie.
Essa história da
existência ou não de monstros pré-históricos já me trouxe muita dor de cabeça.
Foram inúmeras as vezes em que fui considerado o ignorante dos ignorantes, o
rei dos sujeitos tapados, por causa do meu ceticismo. Mas que provas há da
existência real, por exemplo, dos dinossauros? Algumas ossadas esparsas? Mas
elas são suficientes para que se determine como esses monstros eram? Além dos
ossos, há algum mísero fragmento de carne, músculos, vísceras etc.etc.etc.?
Claro que não! Alguém já os viu? Mas como, se eles (caso existiram) teriam
desaparecido milhões de anos antes do surgimento do homem? E se a fotografia é
coisa recentíssima, de cem anos se tanto?
De posse, apenas, de
parcas ossadas, que os cientistas montam, como acham que deveriam montar, na
base exclusiva da imaginação, muitos já se arrogam saber como eles eram, o que
comiam, como se reproduziam, quais seus hábitos, etc.etc.etc. Já assisti
documentário na televisão a cabo relatando a “vida” desses dinossauros nos
mínimos detalhes, como se alguém os tivesse filmado na natureza. Parem com
isso! E eu é que sou cético empedernido?! Neste caso, uma pessoa normal,
educada com a mais estrita lógica, de mentalidade rigorosamente cartesiana, não deveria pôr em dúvida essas
fantasias? Eu duvido!! Que os “doutos” Sabe-Tudo me provem (mas provem mesmo,
como a ciência requer) que estou errado.
Boa leitura.
O Editor
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Interessante que eu acreditei na história dos dinossauros, sem pestanejar. Já nas histórias que a Bíblia conta, acho-as fantasiosas.
ResponderExcluirAcho ambas fantasiosas. Obrigado pelo comentário.
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