quinta-feira, 5 de julho de 2012

Tempo fora de casa

* Por Gabriel Peternella Rolim

Essa poesia é tão bonita, mas logo eu que não gosto de poesia e de poeta de rua, mas esse descendente de polonês¹ me ajudou a mudar meu conceito. Quando penso nele lembro-me das moças que vêm de lugares diferentes para estudarem e trabalharem, para quem sabe um dia mudar de vida.

Não é bem assim, algumas acabam perdendo o rumo, porque não estão perto de casa. De todas que conheci, não me lembro do nome, mas lembro de que era a pequena. Pequena no sentido encefálico não no físico queria que não fosse assim. Tente mostrar como as coisas são diferentes nesse mundo, tão grande e cheio, que nos perdemos até em um simples caminho, seja indo estudar ou ir para o trabalho.

Passam-se os anos. E ela nunca mudou e parece que não pensa em mudar sua atitude e seu jeito de ser, não lembro como ficou desse jeito, dizem que a poluição da cidade afeta nossa mente, será essa a razão? Acredito que não seja assim, acontecimentos sem nexo fazem mais sentido, são tolices que tentamos não acreditar mesmo que seja verdade. Seu ódio era intenso, ela nunca me explicou, eu tentei lhe dizer para ela apenas odiar seu ódio, mas ela não entenderia, ela só iria entender se outra pessoa falasse isso, uma pessoa que a fez ter esse ódio, ela devia mudar seu jeito e não fazia nenhum esforço.

Seria eu a última pessoa que iria falar mesmo se estivesse morrendo e querendo ver no leito de morte. O mês passou e nada mudou, parece que piorou e sempre será assim. Meu desejo não é voltar como era antes, é se encontrar nessa cidade que parece um mundo, por isso toda vez que me lembro da poesia, a pequena me aparece em minha mente, apenas em minha mente. Espero que a poesia explique melhor que minhas palavras:

“Por mais que eu ande
Nada mais em mim imagina
O que é que tal menina
Tão pequena está fazendo
Numa cidade tão grande”

1-Paulo Leminski(1944-1989) poeta brasileiro


• Colaborador do Literário

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