Receita do tempo (amargura)
* Pot Olga Matos
Maldição, sina iníqua e vil,
ver o tempo passar gargalhando,
esperanças barrando e, senil,
mostrar-me sinais de razão.
Carrasco, desgosto das horas,
desgraçado idoso cruel
encheu-me do fundo às bordas
e, aos goles, serviu-me o fel.
Vulcão em plena atividade
o ódio corrói-me as entranhas,
joga chamas pra todos os lados:
vão blasfêmias e desesperanças,
requentados restos de afagos,
confeito de cinza e rescaldo.
• Poetisa
domingo, 29 de julho de 2012
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