* Por Evelyne Furtado
A franja do mar persegue meus pés, que fogem dos seus carinhos como o diabo da cruz. Uma onda incansável ameaça meu calcanhar. Quanto mais fujo, mais força ganha o mar.
Não há o que temer. Não há. Já nem ouço o marulho. Ouço trovões que na verdade são as batidas de um coração sobressaltado. A fuga não será vã: a franja do mar não me alcançará!
Acordo como se estivesse rompendo a água após um mergulho. Da janela entra um pedaço de céu e o barulho do mar tal como é. Não há tempestade. Não há trovejar. Faz sol. Um dia esplêndido! A realidade serena o coração.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
É compreensível confundir-se ao despertar, pois quem vive próximo ao mar, ainda mais o mar de Natal, vive num mundo de sonhos. A mim não é surpresa alguma esse despertar misto de pesadelo e sonho, de sono e vigília. Lindo do começo ao fim, Evelyne.
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