Sempre perto e longe
* Por
Talis Andrade
Qualquer parte
do meu corpo
atingida por estranhos
minha mãe
lavava com água
gelo e neve
Minha mãe
esterilizava com álcool
Livre dos contágios
meu corpo
foi ficando
frio como o gelo
puro como a neve
Para continuar imune
passei a não deixar
fossem tocadas
as partes íntimas
do meu corpo
Fui me distanciando
me distanciando
e assim ando
sempre longe
de quem amo
* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel
em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a
sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife),
“Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados,
entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).
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