O
dia abriu seu pára-sol bordado
* Por Mário
Quintana
O
dia abriu seu pára-sol bordado
de
nuvens e de verde ramaria.
E
estava até um fumo, que subia,
minuciosamente
desenhado.
Depois
surgiu, no céu azul arqueado,
a Lua – a Lua! – em pleno meio-dia.
Na
rua, um menininho que seguia.
Passou,
ficou a olhá-la admirado.
Pus
meus sapatos na janela alta,
sobre
o rebordo... Céu é que lhes falta
pra
suportarem a existência rude!
E
eles sonham imóveis, deslumbrados,
que
são dois velhos barcos, encalhados
sobre
a margem tranqüila de um açude.
* Um dos mais
importantes poetas brasileiros
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