quarta-feira, 23 de setembro de 2009




Jesus está voltando com raiva?

* Por Seu Pedro

Hoje, depois de dias que o achei enfiado por baixo de minha porta, é que resolvi ler o “Jornal de Jesus”, uma edição de iniciativa de uma das igrejas de denominação batista, mas que certamente foi escrito por um dos denominados, não a denominação que reúne pessoas com fé e vontade de estar o Mestre apreendendo com a Bíblia. Sendo de religião cristã, costumo apregoar: “Em matéria de doutrinas, quanto mais eu conheço, menos fico sabendo”.

Estou distante de poder afirmar se o mundo vai acabar ou se transformar, se Jesus voltará em carne e osso, com o corpo de pecador, ou em espírito e verdade como propício a um filho de Deus. A verdade eu sei que Ele já nos trouxe, e a Bíblia é livro onde se concentra o que Deus quer de nós, e o que não quer também.

Entre as previsões bíblicas, sobre o que antecederá o fim ou a transformação do mundo, está a alteração no equilíbrio do universo, acontecendo com mais constância terremotos, enchentes, ondas gigantescas, e coisas para nós espantosas e temerosas. Mas bem esclarecedora é a mensagem no livro de Mateus, capítulo 24, versos de 06 a 08: “Vede, não vos assustei, não é o fim ainda”.

O jornal, de um projeto missionário, vai assustando. O seu redator catou na Bíblia uma por umas as previsões catastróficas, menosprezando as mensagens de esperança que o mesmo livro contém. E para piorar, coloca uma foto da gigantesca onda do tsunami ao alto. E, em letras gigantes, a manchete: “Jesus está voltando”, como se ele viesse com raiva de tudo e todos, igual a um exterminador, que não distingue o que irá exterminar.

Sei que Deus está ao meu lado a cada segundo, e nunca falou ao meu coração sobre selecionar humanos, até desumanos, para este tipo de morte aterrorizante. Dizemos que “Deus é amor”, mas esquecemos o amor ao apresentá-lo. No hospital, em 2004, para me submeter a uma operação, conversava sobre Jesus, procurando levá-lo como consolo e não como desespero. Lá via, em horas de visitas, nos corredores, pessoas de ambos os sexos, com a Bíblia na mão, buscando conversas com internos. E logo perguntavam: “Você conhece Jesus?”.

Se me fizessem essa pergunta, só para ver a reação, eu diria que não, e pediria o endereço dele, para fazer uma visita. Certa ocasião, quando fui abordado em praça pública, fiz tal pergunta, e o irmão ficou embaraçado sem saber o endereço.

O pior, porém, era quando algum pregador, ao lado do leito de um paciente, perguntava contundentemente “O senhor sabe que se morrer agora, sem aceitar Jesus, vai para o inferno?” Trancava a porta do céu com se a ele pertencesse a chave.

Onde esteve naquela hora o amor que tanto se prega? Falar sobre Deus é muito mais sério do que falar do Presidente da República, pois corremos o risco de desagradá-lo levando, em nome Dele, uma mensagem que o coloca na figura de um Pai que castiga o filho desgarrado. E logo Ele, dono dos ensinamentos bíblicos, onde esta a parábola do filho pródigo. É mais sério porque o cargo de Presidente dura quatro anos, enquanto Deus é eterno!


* Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia.

Um comentário:

  1. Cada um tem o Jesus que merece. Se Ele nos dá paisagens, fartura, espaços, fenômenose demais maravilhas sem cobranças, pq há quem insista em pagar com a própria amargura?

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