sábado, 24 de março de 2018

Flamboyant - Flora Figueiredo


Flamboyant

* Por Flora Figueiredo

Todo ano ele se encosta largo e plácido
no canto esquerdo da janela;
todo ano ele me acena com seus flocos
gordos, vermelhos e inócuos
e, a seu modo manso, me interpela.
Invariavelmente, o Flamboyant me encanta e me intimida.
Vem chegando novembro
e já o percebo adornando-me a vidraça.
Repete-se o cenário, a história passa.
Mas o que foi que eu fiz com minha vida?

Poetisa, cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida. 



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