sábado, 31 de março de 2018

Quando o dia não nasce no mar - Clóvis Campêlo


Quando o dia não nasce no mar

* Por Clóvis Campêlo

Em São Luís do Maranhão, o sol não atravessa a cidade como um cão corta uma rua ou um rio sangra uma planície aluvional. Em São Luís, o dia não nasce no mar.

Em São Luís do Maranhão, o sol e os ventos marinhos fazem caminhos distintos. São Luís olha para o Norte, para o Caribe, além da Bahia de São Marcos.

Fundada em 8 de setembro de 1612, é a única cidade brasileira inventada pelos franceses. São Luís é diferente. São Luís mistura o baticum do boi-bumbá com a cadência do reggae. São Luís é multicultural.

São Luís é democrática: divide a ilha Upaon-Açu (Ilha Grande, na linguagem dos extintos tupinambás, seus primeiros habitantes), com as cidades de Raposa, Passos do Lumiar e São José do Ribamar.

São Luís tem história: tombada pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1997, São Luís possui um acervo arquitetônico colonial com mais de 3.500 prédios, que ocupam mais de 220 hectares do seu centro histórico. Entre eles, o Palácio la Ravardiére, construção de 1689, onde hoje funciona a Prefeitura da cidade.

Apesar da sua origem francesa, São Luís tem a maior fachada externa de azulejos portugueses do Brasil. São Luís é festa. São Luís comove. São Luís nos deixa com um gosto de quero mais.

* Poeta, jornalista e radialista.


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