quarta-feira, 3 de junho de 2015

Deriva


* Por Núbia Araújo Nonato do Amaral


Preta, gorda, 
solteira.
Ruiva, faminta, 
rameira.
Branca, injusta, 
feiticeira.
Amarela, enjoada, 
faceira.
Nuances de um ser
em infinita mutação.
Bicho sem leme,
sem orientação.
Ser mulher ou não...
Às vezes tsunami
nem sempre vendaval,
mar de sargaços, pantanal.
Caso não afundes, saboreie
a deriva.


 * Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário


Um comentário:

  1. Como "O Guri" de Chico Buarque, todas as mulheres citadas, e aqui elas são de todas as cores, é preciso "um lenço e uma penca de documento, para finalmente eu me identificar".

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