Olhos de ver
* Por
Núbia Araujo Nonato do Amaral
Debruças na janela apreciando
o movimento da vida que segue
á tua revelia.
Pássaros em profusão cantam
e seguem.
Borboletas arredias anseiam pelas
flores de teu jardim, mas suspiras
alto e elas seguem.
Gavião passa longe, mas emite
seu recado e segue.
O tempo não se faz de rogado
esconde o sol, espanta os
visitantes e segue.
Tu te acovardas, puxas as cortinas
e se esvai da janela.
A solidão não faz moradia em quem segue
ela se entranha em quem não tenta enxergar
nuances na neblina.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do
Literário
Com a cortina fechada não se pode sair para ver o mundo e ao mesmo tempo o mundo não pode chegar até dentro da casa.
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