* Por Alberto Cohen
Vem explorar comigo
essa floresta perigosa e linda,
guardada por visagens e corujas,
mas onde brilham, muito mais, estrelas.
Se caminharmos juntos, mãos unidas,
as fadas cantarão velhas cantigas,
singelamente, como num presságio
de que o mal debandou pras capoeiras.
Vem explorar comigo
esse mar de piratas e de anseios,
de tesouros pilhados, de tormentas,
mas de peixes dourados e sereias.
Se me abraçares, cúmplice e menina,
navegaremos numa caravela
e um delfim-rei, nobre e encantado,
há de levar-nos à mais branca areia.
Vem explorar comigo
esse enorme silêncio, absoluto,
das fronteiras azuis, do espaço aberto,
e da paz infinita e verdadeira.
Se nos sentirmos como adolescentes,
peregrinos da aventura derradeira,
seremos nômades na pradaria,
onde Deus os seus anjos pastoreia.
• Poeta e escritor paraense
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