Um churrasco muito "estulto"
* Por Rodolpho Terra
No dia primeiro de abril, o
famoso dia da mentira, ocorreu um churrasco para comemorar o aniversário do
primo de um amigo, o Bilac. De início a confraternização parecia como outra
qualquer, com alguns detalhes bem consideráveis, tal como o fato de ao abrir a
geladeira, ter notado uma quantidade até então nunca vista antes de cerveja. Também,
notei pela cozinha, diversos outros tipos de bebidas alcoólicas destiladas.
Concluindo: uma festa com fins práticos de consumo de bebidas.
Já eram nove horas da noite,
quando eu me encontrava na varanda lateral da casa com o Bilac, primo do
aniversariante e mais um casal. Estávamos conversando há algumas horas, ao som
de gritos, tambores e muito falatório. Como estava chovendo, todos estavam espremidos
debaixo de um quiosque improvisado que ficava ao lado da casa.
Às dez horas, os ruídos
continuavam mais fortes, e nas horas de entrar em contato com o grupo, de
exercer o direito de ir e vir através da multidão, eu me deparava com o
considerável número de copos e o incrível cheiro de cevada e álcool, facilmente
sentido a metros do quiosque. Certas pessoas não conseguiam ficar mais de pé
após as onze horas da noite.
Então, ainda estava eu, quando
marcava meia-noite, sentado, praticamente deitado e esgotado de assunto para
dialogar. Estava sonolento e apesar do sono, nunca poderia dormir quando logo a
banda do aniversariante, a Ideota, já completamente tomada sob o efeito do
álcool, começou a tocar, à uma da manhã. Não se entendia a letra da música e a
organização já estava definitivamente debilitada. Apesar da poluição sonora,
muitos se encontravam dormindo no chão, na grama, pela piscina (vai lá se saber
como) e para os mais acomodados, dentro da casa.
Ao fim da festa que deixei,
olhava para trás e tinha uma visão de um cenário estranho e inesquecível.
Algumas figuras se encontravam na piscina fazendo coisas não muito nobres, e já
atrás da casa dava para enxergar alguns indivíduos vomitando, piedosamente, sem
contar os dois "times de futebol" cambaleando no gramado mal-iluminado.
Antes de entrar no ônibus, só
pude olhar para o relógio, que marcava três da matina. Mais um belo dia que
estava nascendo com uma lembrança nada bela na cabeça.
* Jornalista
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