Calendário
* Por Flora Figueiredo
O tempo vai jogando fora
brinquedos,
desenhos,
rolhas de garrafa.
Vai dobrando papéis;
fechando gavetas,
empilhando livros,
apagando etiquetas.
Que bom que o tempo tem tantas coisas a fazer!
Se não tivesse,
ele teria sido apenas um corpo
que desliza, oscila, cansa
e envelhece.
* Poetisa,
cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão
de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e
“Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia.
Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade
e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro
de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são
como um mergulho profundo nas águas da vida.
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