sábado, 23 de maio de 2009


O colorido divino se expande em agosto

* Por Juliano Luís Pereira Sanches

O folclore é uma comunicação visual e sonora do colorido da vida. Com luzes como a do folclore, a inspiração faz a criatividade se libertar da alma e se expressar no Universo. Ao criar uma vontade humana, Deus se faz carne e morada em nós. O Pai Maior, tão lembrado nesse mês, nos mostra, nas oportunidades da vida, os movimentos das pinceladas do destino.

As pinceladas são retratadas nos quadros de nossas imaginações. O sagrado está em tudo e, para termos acesso às suas faces, basta criarmos intimidade com a sua Criação. No mês de agosto, o dia 22 serve para refletirmos na riqueza do folclore e das culturas do povo brasileiro. A maneira como interpretamos o folclore nos ajuda a entender a nossa participação na construção social dos patrimônios materiais e imateriais.

No Brasil, o folclore atua entre elementos diferentes, como os presentes entre as patas de coelho e as de Bumba-Meu-Boi, as Folias de Reis e as do Divino, o balançar da capoeira e da seringueira, o batuque das Congadas e o dos carnavais, o folguedo dos giros e as entidades das giras, os causos dos rios e das estradas, as procissões da cidade e as peregrinações do sítio, as vestes de anjo e as máscaras sagradas.

Os imigrantes acrescentaram elementos para o folclore e, com isso, contribuíram para evolução da moral e do bem. O equilíbrio, a paz, a harmonia e o amor se manifestam como linguagens do folclore brasileiro. As crenças, as lendas, os mitos e os ritos celebram a caridade e o reconhecimento de funções familiares, como a maternidade e paternidade.

As religiões ensinam formas de encontro com o sagrado, e as linguagens do folclore acrescentam a festividade e sociabilidade às formas de explicação da relação do homem com o Criador e com a Criação. De uma maneira sincrética, o folclore promove significações entre crianças e idosos, homens e mulheres, animais e plantas e outros elementos presentes nas oposições e nas semelhanças da natureza e do Universo.

Os papéis, as relações simbólicas, os cantos e as rezas são criados com intenções. As intenções criam situações de significado e de fé entre as mães e os filhos, e entre os pais e os filhos. Os pais são co-autores da Criação, pois atuam como mediadores de Deus na preparação dos filhos para o Reino de Deus, já presente entre nós. Ao sentir o calor de Deus no coração do pai, o filho percebe a si e ao próximo como manifestações do Criador. Por isso, o pai tem o papel de fazer ecoar o verbo de Deus e, com isso, manifestar o poder da Criação entre nós.

* Jornalista, folclorista e poeta de Campinas. Foi repórter de assuntos gerais nos programas Sexta Cultural, Fractal, Jornal da Educativa e Bom Dia Campinas, daRádio Educativa FM 101.9 (www.campinas.sp.gov.br). Atualmente, é apresentador, repórter e produtor do programa de jornalismo educativo Ponto & Vírgula da Rádio Educativa em parceria com a Secretaria de Educação de Campinas. Colaborador do Portal Sorocult (www.sorocult.com), e colunista do Jornalzen (www.jornalzen.com.br), de Campinas.


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