segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Serenidade


* Por Ana Suzuki


Virei água morna,
que se recusa a ferver
e tampouco a esfriar.
E quero manter-me assim,
sem arrepios de gelo
nem tremores de fervura.

Virei rio de planície,
sem securas na vazante
ou desatinos na enchente.
Já não corro, só deslizo.
Entre lírios e serpentes,
eu deslizo.

In Bodas de Coral

* Escritora e acadêmica da Academia Campinense de Letras.


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