sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Quase eternos


* Por Alberto Cohen

Enquanto alguém reler os meus poemas
a morte não me levará com ela.
Estarei escondido nos caminhos
de todas as imagens que tracei
com minha mão criança e descuidada
de tornar realidade os absurdos.
Talvez consiga achar minha caneta,
mas o papel abrigará minha alma
nas letras que deixei aos seus cuidados,
na confusão de versos e de rimas.
Onde ele está? Perguntará a morte,
e ao saber em quantos fui mudado,
em quantas sortes reparti a sorte,
cabeça baixa, partirá sozinha.
Para os poetas não foi feita a morte.

* Poeta e escritor paraense


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