sexta-feira, 12 de julho de 2013

Estou vivo

* Por Eduardo Oliveira Freire

O menino de rua olha vorazmente para a vidraça de um café. De repente, vê um menino bem vestido sentado à mesa com um adulto que se assemelha a uma sombra.

Sente um peso no peito e uma tristeza já esquecida. Os olhos azuis do garoto, apesar de belos, parecem mortos. De repente, ele o olha. O moleque foge para bem longe.


Chora tanto que se surpreende de ainda ter capacidade para isso. Achava que estava seco por dentro, mas ao lembrar-se do menino, descobriu que ainda tinha vida.


* Eduardo Oliveira Freire é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, com Pós Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e é aspirante a escritor


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