* Por Eduardo Oliveira Freire
SOBREVIVI
Eu sempre estava na expectativa, queria saber sua opinião sobre tudo que escrevia. Permanecia horas à espera da resposta de um e-mail. Quando me elogiava, sentia-me feliz. De repente, não mais me respondeu e fiquei sem rumo. Mas, nesta tarde de calor fui comprar um sorvete e uma felicidade veio repentinamente, pois me dei conta que sobrevivi a sua falta de conselhos e críticas. Várias ideias surgiram e recomeçarei a escrever...
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ABSURDO
- ISSO É UM ABSURDO! ESTÁ MORTO!
- Os poemas são meus e quero ser enterrado com eles. Já falei várias vezes sobre isso. Faça os seus!!
O ladrão de versos atirou na cabeça do morto vivo, mas não conseguiu matá-lo. Então, pediu para o poeta falecido lhe dar umas dicas. O morto aceitou e o principiou na arte da poesia. O ladrão ficou feliz por rascunhar alguma coisa e o poeta sem vida voltou para tumba com seus poemas e descansou em paz.
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AMIGOS
Acostumaram-se um com o outro. No casamento, nunca houve amor e paixão. Cansados dos amantes, retornavam para casa e jantavam em um silêncio confortante. Os filhos foram embora e começaram a criar uma afinidade entre eles. Assistiam a tevê juntos, riam das mesmas piadas e caminhavam de mãos dadas como intuito de se ajudarem a evitar os buracos das calçadas e ruas. Anos depois, quando um morreu, o outro faleceu meses depois.
* Eduardo Oliveira Freire é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, com Pós Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e é aspirante a escritor
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