Senhora Vergonha
* Por
Clarisse da Costa
A palavra vergonha vêm
do latim ‘’verecundia’’. Pudor, cujo, dito vergonça no Português arcaico. Ela
dita ou escrita no plural, designa as partes íntimas bem observadas pelo
navegador português Pero Vaz de Caminha (1450-1500) em sua famosa carta. Leia
se tiver a oportunidade. No dicionário, a palavra propriamente dita vergonha
tem o significado de desonra, humilhação, opróbrio. Em outros tempos era
desonra uma moça solteira ser acompanhada até a sua casa por um homem que não
fosse seu pai. A humilhação maior era ver essa mesma moça grávida antes do
casório. Hoje, o que era vergonha no passado, é normal nos dias atuais.
Tão senhora, a
vergonha passa por décadas, pela timidez de estar em público e por tantas
outras formas. E quem não tem ou teve? O próprio Brasil carrega consigo as suas
vergonhas. O mundo declara que a maior vergonha do nosso país é a crise
política. Embora eu discorde. Para mim isso é jogada política beneficiando os
cofres de cada pessoa sentada nas cadeiras do Senado. O próprio Obama, o homem
mais poderoso do mundo, disse que o Brasil é o país dos corruptos. Sim, isso é
uma vergonha, mas não há vergonha maior do que anos de escravidão que o Brasil
submeteu os negros.
Durante o século XIX,
o negro foi submetido ao trabalho escravo e às duras torturas por chicotes e
barras de ferro, incluindo a comida que mais parecia lavagem de porcos.
Enquanto isso o povo branco dormia sobre lençóis de seda e travesseiros de pena
de ganso, o negro dormia no chão de barro em suas senzalas. Em comparação com a
atualidade essa vergonha se limita em dois grupos, pobre e rico, negro e
branco. O pobre que luta por melhorias e muitas vezes, é privado, de todos os
seus direitos. O rico com todos os seus privilégios.
O negro no setor do
trabalho informal com o salário inferior ao branco, busca o reconhecimento e
espaço perante a sociedade. O branco com seus privilégios e as mesmas lutas
visando o crescimento de vida.
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Clarisse da Costa é de Biguaçu-S/C
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